Klara Castanho foi alvo de vários boatos sobre uma suposta gravidez neste sábado (25). Acontece que alguns internautas descobriram que uma ex-atriz mirim da Globo estaria grávida e a web começou a investigar até encontrar algumas fotos em que Klara aparece com uma pequena barriga. Contudo, ao se deparar com seu nome em alta, a atriz usou seu Instagram para esclarecer toda a história.
Com um relato fortíssimo, Klara, de apenas 21 anos, revelou que foi estuprada e, sem saber que estava grávida, deu à luz uma criança que, por se considerar incapaz de cuidar, decidiu entregar à adoção.
A jovem conta em sua carta aberta que tudo aconteceu quando ela estava em uma viagem, sozinha, sem ninguém de confiança por perto.
A atriz ainda relata que não teve coragem de fazer um boletim de ocorrência, mas que juntou forças para tomar uma pílula do dia seguinte. Contudo, o remédio não funcionou e ela só descobriu quando estava no final da gestação.
“Os fatos até aqui são suficientes para me machucar, mas eles não param por aqui. Meses depois, eu comecei a passar mal, ter mal-estar. Um médico sinalizou que poderia ser uma gastrite, uma hérnia estrangulada, um mioma. Fiz uma tomografia e, no meio dela, o exame foi interrompido às pressas”, começou.
“Fui informada que eu gerava um feto no meu útero. Sim, eu estava quase no término da gestação quando eu soube. Foi um choque. Meu mundo caiu. Meu ciclo menstrual estava normal, meu corpo também. Eu não tinha ganhado peso e nem barriga”, relembra.
Em seguida, a atriz conta que uma série de profissionais do hospital foram apáticos com ela e com o fato dela ter acabado de revelar, pela primeira vez, que havia sido estuprada.
ADOÇÃO
Ainda na carta aberta, Klara Castanho revelou que tomou a atitude que considerava mais humana, já que não conseguiria criar e amar uma criança que havia sido gerada a partir do momento que, na verdade, destruiu sua vida.
“Eu ainda estava juntando os cacos quando tive que lidar com a informação de ter um bebê. Um bebê fruto de uma violência que me destruiu como mulher. Eu não tinha (e não tenho) condições emocionais de dar para essa criança o amor, o cuidado e tudo o que ela merece ter”, desabafou.
E revelou: “[…] Ser pai e/ou mãe não depende tão somente da condição econômico-financeira, mas da capacidade de cuidar. Ao reconhecer a minha incapacidade, eu optei por essa entrega consciente e que deveria ser segura”.
“Como mulher, eu fui violentada primeiramente por um homem e, agora, sou reiteradamente violentada por tantas outras pessoas que me julgam. Ter que me pronunciar sobre uma assunto tão íntimo e doloroso me faz ter que continuar vivendo essa angústia que carrego todos os dias”.
Leia o depoimento na íntegra: