Quatro dias após o anúncio da morte do ex-prefeito de São Paulo, Bruno Covas – que faleceu no dia 16 de maio devido a complicações de um câncer no sistema digestivo com metástase nos ossos e fígado – Tomás Covas, seu único filho, cedeu uma emocionante entrevista ao ‘Fantástico’.
No programa, o jovem de apenas 15 anos abriu o coração ao falar sobre a difícil luta do pai contra a doença. Ele, que permaneceu ao lado de Covas até seus últimos momentos, compartilhou o sentimento da despedida: “Tive a sensação de que ele esperou eu aceitar, conversar com ele sobre isso, para ele ir tranquilo. A gente ficou do lado dele, abraçou ele e falou para ele descansar”.
Tomás também fez questão de ressaltar o otimismo e positividade que o ex-prefeito carregava diante do tratamento. “O clima do hospital era completamente diferente. Ele foi muito guerreiro, batalhou muito. A gente sentia a vontade que ele tinha, o sorriso no rosto do dia a dia”, contou.
Na sequência, garantiu que o pai não se deixava abater pelo diagnóstico e chegou a relatar a primeira e única vez que o viu chorar: “Estava só eu e ele no quarto. Foi quando ele teve que se licenciar [da prefeitura]. Eu falei que ia dar tudo certo, que a gente ia vencer.”
“Fui a última pessoa que conversou com ele consciente. Não fazia a menor ideia de que seria a última conversa. Foi breve. ‘Boa sorte na prova’”, acrescentou.
Após a última conversa entre os dois, Covas apresentou uma piora em seu quadro e precisou ser sedado pela equipe médica. Apesar de ser um momento difícil, o jovem afirmou que não o deixou sozinho: “No dia seguinte, quando vi ele sedado, foi muito forte, fiquei muito mal. Depois de 1 hora tentei ficar mais tranquilo. Voltei e fiquei 100% do tempo ao lado dele”.
O ex-gestor da cidade de São Paulo nunca escondeu o lado de paizão coruja e em seus últimos meses não foi diferente. Mesmo em meio a uma pandemia caótica e sabendo dos riscos que corria – politicamente – Bruno Covas fez questão de realizar um de seus maiores sonhos: assistir o Santos na final da Libertadores com o filho.
“Cheguei a conversar com o médico dele e ele falou que não foi por acaso. Ele sabia os riscos da imprensa, etc, mas foi por coração. Ele tinha esse desejo de me levar numa final de Libertadores”, finalizou Tomás.