O cantor Ed Motta não poupou críticas ao colega de profissão, Raul Seixas, durante live em seu canal no Youtube, realizada na última sexta-feira (18).
Na ocasião, Motta surgiu tomando vinho e aproveitou o momento para detonar a eterna voz de ‘Metamorfose Ambulante’, que faleceu em 1989, aos 44 anos.
“Não tenho de falar de Raul Seixas. Raul Seixas tem uma falha de caráter terrível na vida dele: ele foi funcionário de gravadora. Ou seja: ele trabalhou contra os colegas. Então, fuc*… Não tenho medo nenhum de falar contra Raul Seixas”, começou ele, sem papas na língua.
O cantor também que, na verdade, quem escrevia as letras das canções do baiano era o escritor Paulo Coelho. “Era uma put* de uma merda. Ruim pra cara*** musicalmente, de tudo. Quem fazia o que ele tinha de mais brilhante, que era o texto, era o Paulo Coelho. Então, esse cara era um idiota. Um funcionariozinho de gravadora gravando uns discos de merd*. Nego vem: ‘toca Raul’. Porr*, que que é isso, bicho? Cara desqualificado de tudo”, prosseguiu.
Ed Motta deixou bem claro que Raul Seixas tinha ligação com a gravadora, o que, para ele, é inadmissível. “Um músico, um musiquinho que trabalhou em gravadora? Bando de bandido. Trabalhou para advogar contra os colegas. Vocês não sabem disso, né? Mas esse cara trabalhou em gravadora. Foi funcionário da CBS. O rock’ roll Raul Seixas foi funcionário da CBS/Sony”, concluiu.
SERÁ?
O escritor Paulo Coelho revelou que há uma possibilidade de Raul Seixas tê-lo entregado para os militares durante a ditadura.
Na rede social, o autor de ‘O Alquimista’ mencionou uma reportagem da Folha de São Paulo, divulgada no fim de 2019, onde diz que o livro “Não Diga que a Canção Está Perdida”, de Jotabê Medeiros, traz documentos que sugerem a colaboração do cantor com os militares.
“Fiquei quieto por 45 anos. Achei que levava segredo para o túmulo”, escreveu na publicação.
O caso aconteceu em maio de 1974, quando Raul e Coelho lançaram o disco ‘Krig-ha, Bandolo!’, que, na época, tinha mais de 100 mil cópias vendidas.
De acordo com Jotabê, Raul foi chamado para dar um depoimento no Departamento de Ordem Política e Social (Dops) da ditadura militar, e ligou para o amigo para acompanhá-lo e ajudá-lo nos esclarecimentos sobre as músicas que os dois haviam feito em parceria.
No entanto, o que Paulo Coelho não sabia, era que essa não seria a primeira vez que Raul ia ao prédio. Vale lembrar que o autor passou por sessões de tortura por duas semanas.
“Comparei as datas e vi que, entre o primeiro depoimento de Raul ao Dops e o segundo depoimento, no qual ele levou Paulo Coelho, demorou pouquíssimo tempo”, afirmou Medeiros, em entrevista à Folha de S.Paulo.