É impossível pensar em Ana Paula Padrão e não lembrar da cobertura de grandes reportagens ou da bancada do telejornal. Entretanto, há quase 10 anos, ela deixou o jornalismo e migrou para o entretenimento para apresentar o ‘MasterChef Brasil’. De lá para cá, já são mais de 15 temporadas do programa, muitos participantes, histórias e um reality culinário que se consolidou na televisão brasileira.
“Na primeira temporada, gravamos muito e eu não tinha a menor ideia de qual seria a repercussão. Mas, quando foi ao ar, tivemos uma gratíssima surpresa. Fomos nos aprimorando na confecção do produto, entendendo o que o público queria receber, mas sendo muito fiéis ao formato original e, principalmente, construindo entre nós uma unidade, um magnetismo e uma noção de responsabilidade. Temos uma relação de muito prazer e é sempre muito divertido”, afirma ela em entrevista exclusiva para AnaMaria Digital.
MUDOU A VISÃO DO BRASILEIRO
Para Ana Paula, o ‘MasterChef’ mudou o modo como o brasileiro vê a comida e a profissão de cozinheiro, algo “que era muito desvalorizado há 10, 15 anos”: “Temos um produto muito bom, que fala de comida sem ser óbvio e valorizando muito os profissionais de dentro.”
“Hoje, as pessoas que saem daqui vão [trabalhar] nas cozinhas e também para mil outros business relacionados à gastronomia. Estamos fazendo a força de um setor importante para a economia brasileira, e eu tenho muito orgulho de fazer parte disso”, destaca.
EMOÇÃO COM CADA HISTÓRIA
Se o jornalismo exigia uma postura mais séria, o entretenimento permite que a emoção role solta. Na tela da Band, Ana nunca escondeu a admiração com as histórias dos participantes do ‘MasterChef. Tanto que, ela já chorou algumas vezes com os destaque e as eliminações do reality, mas também deu conselhos e puxões de orelhas em muitos outros momentos.
“É muito difícil para mim, pois parte da minha função aqui é conhecer cada um, saber de onde eles vêm, conhecer família, entender os processos. Preciso conhecê-los. Já os chefs precisam do distanciamento, de saber o mínimo sobre os participantes, justamente para poder votar naquele prato que eles estão comendo”, explica.
Embora seja uma dificuldade, ela conta que o segredo para não deixar transparecer sua torcida é evitar comentar sobre as histórias de cada participante com jurados do programa. “Eu tenho que esconder as informações deles [dos chefs]. Então, quando estamos juntos, eu evito o assunto”, confessa.
Ana, no entanto, ressalta não torcer para nenhum participante específico, pois confia na credibilidade do programa e acredita que os cozinheiros têm lugares garantidos no mercado de trabalho.
“Depois de 10 anos, a gente sabe que, independentemente de quem ganha, todo mundo se dá bem, tem porta aberta lá fora quando sai daqui. O mercado sabe que um MasterChef foi muito bem treinado, até por conta de toda a exigência no processo, e que nossos métodos com os ingredientes são levados muito à sério”, diz.