Não é de hoje que Casagrande faz críticas aos jogadores brasileiros. No entanto, elas se intensificaram nos últimos dias, tanto quanto à derrota na Copa do Mundo do Catar, quanto à despedida de Pelé – a qual ele também não foi. Na última quarta-feira (4), em entrevista ao SportBuzz, o ex-atleta resolveu explicar o motivo de não ter ido à despedida do Rei do futebol.
Ex-dependente químico, o comentarista contou que segue regras para não ter recaídas emocionais. “Todo mundo sabe que sou dependente químico, fiquei internado por um ano; estou muito bem, não bebo, não fumo, estou distante das drogas, mas eu tenho umas regras que tenho que colaborar para que eu me mantenha (bem)”, disse.
Ele afirmou que não corre perigo de recair para drogas, mas sim para emoções. “No tratamento que tenho hoje, uso antidepressivo, ansiolítico, antipsicótico e estabilizador de humor: tudo isso para que eu não tenha queda emocional. Eu fiquei muito tempo congelado por conta das drogas, e quando eu voltei limpo e comecei a ver a vida como ela é, as emoções passaram a bater muito fortes”, explicou.
Desta forma, o receio de ter uma queda emocional diante da grande perda brasileira foi o motivo dele preferir não ir à despedida do Rei. “E eu não fui ao velório do Pelé exatamente por isso. Eu não vi o meu pai no caixão, que morreu em 2020, não vi a minha mãe, não vi o Sócrates. A última pessoa foi o Marcelo Fromer (músico brasileiro) lá em 2001, mas também não vi muito.”
Por fim, Casagrande ressaltou que a morte de grandes personalidades brasileiras o deixaram abalado nos últimos meses. “Com a morte de Gal (Costa) eu chorei muito, com o Jô (Soares), Rolando Boldrin, Isabel (Salgado)… e aí veio o Pelé. Não é uma justificativa (a ausência no funeral), é uma realidade dos fatos. E eu cuido disso exatamente para não ter queda emocional.”
CRÍTICAS
Casagrande, assim como Neto, Luiz Bacci e Datena, criticou a ausência de jogadores brasileiros no velório de Pelé, o maior ídolo do futebol mundial. Ele citou nome por nome e fez questão de criticá-los duramente.
“Cafu (capitão do penta) justificou que não conseguiu antecipar o voo e ir ao velório, mas só o fez depois de receber muitas críticas. Por que não falou antes? O tempo passou, mas a mágoa desses mimados, não. Nunca dedicaram nada ao Rei”, afirmou.
O ex-atleta também falou sobre a postura de Ronaldo, Kaká, Neymar e outros. “Nenhuma fala, nenhuma homenagem, simplesmente ignoraram a existência do Rei Pelé. Não ter nenhum representante desses dois títulos no velório do Pelé foi vergonhoso para a história do futebol brasileiro”, seguiu.
“Os jogadores pentacampeões deveriam se unir, como fizeram para me atacar, em homenagem ao Pelé. Cadê o Kaká, que falou que o brasileiro não reconhece seus ídolos? Pois bem, Kaká, depois do que vimos no velório do Pelé, ficou claro que quem não reconhece os grandes ídolos é você. Ou talvez você tivesse ido por um cachê interessante”, destacou, fazendo referência à presença do craque na Copa do Mundo do Catar.
“Neymar foi representado pelo pai, mas de madrugada estava numa festa curtindo um samba – isso mostra toda a dor que sentiu pela morte do Rei Pelé. E os outros? Daniel Alves, que se acha o maior jogador por ter o recorde de títulos, nem uma postagem fez. Será que o Tite ou o Juninho Paulista não poderiam aparecer para representar a última seleção a jogar uma Copa?”, terminou.