A atriz Juliana Caldas foi às redes sociais, na última terça-feira (30), para expressar sua tristeza com a abordagem do nanismo no filme ‘Amor sem Medida’. A nova produção disponível na Netflix conta a história do cardiologista Ricardo (Leandro Hassum) e Ivana (Juliana Paes). Em tom de humor, a obra satiriza a grande diferença de altura entre o casal, uma vez que o rapaz é bem baixinho na trama.
“Estou aqui gravando esse vídeo para dar a minha opinião sobre um filme que está na Netflix, um filme brasileiro que aborda o tema nanismo. Nossa, bacana! Só que não”, começou Juliana, que ficou conhecida na novela ‘Outro Lado do Paraíso’.
O primeiro problema apontado pela atriz é que, ao invés de contratar um ator com nanismo para interpretar o protagonista, a altura de Leandro Hassum foi modificada através de computação gráfica – o que contribuiu com a falta de representatividade de PcDs (Pessoas com Deficiência) no entretenimento.
Em seguida, Calda questionou o teor das piadas do filme: “Totalmente capacitistas, totalmente preconceituosas (…) Não dá para aceitar hoje em dia. Se fossem piadas racistas, homofóbicas, gordo e fóbicas, eu acredito que talvez esse assunto estaria sendo levado mais a sério”.
“Quando a gente fala sobre o nanismo, a maior parte das vezes é nessa forma de piada. E não dá assim. Não dá mais para aceitar hoje mais um filme que faz você sentar e rir disso, rir dos outros, rir da condição do outro, sabe?”, continuou aos prantos.
Juliana revelou ter ficado tão indignada que não conseguiu assistir o filme inteiro. Apesar disso, uma das cenas que mais a marcou foi quando a produção compara “o órgão sexual masculino do cara com o tamanho dele”. Quanto à cena, disparou: “É um absurdo, a gente tenta lutar por respeito, pelo nosso espaço”.
O vídeo chegou ao fim com a atriz, cada vez mais abalada, prevendo que muitas pessoas poderiam considerar suas críticas como ‘mimimi’. Ainda assim, ela propôs que seus seguidores reflitam sobre empatia e amor ao próximo.
“É cansativo ter que explicar o óbvio, o simples. Explicar que, a partir do momento que uma piada ou frase fere o outro, não é legal. Espero que, no mínimo, as pessoas parem para pensar um pouco, parem para respeitar o próximo e entender realmente o que é empatia”, finalizou.