Carmo Dalla Vecchia expôs uma mensagem homofóbica que recebeu pelo Instagram nesta quarta-feira (17).
Uma seguidora do ator pediu que ele não mostrasse tanto sua sexualidade em respeito à mãe dele.
“Só acho que não precisa falar tanto que é gay. Pensa na sua mãe, que é de outra época. Só acho. Pensa nela”, disparou a internauta.
Carmo, então, rebateu a fala da mulher: “Infelizmente você não só acha como manifestou um pensamento homofóbico. Talvez até sem ser consciente da sua parte. Minha mãe é bem mais tranquila que você. Temos atos homofóbicos até inconscientemente, afinal somos criados assim”.
“O que você acharia se eu te dissesse para ser menos feminina, porque os homens acham isso vulgar? O que você me diria?”, questionou o ator, pedindo empatia da outra.
Ela, no entanto, negou que tivesse sido preconceituosa e seguiu desentendendo sua opinião: “Sou não [homofóbica]. Tenho uma filha linda que é casada com uma mulher. Só foi uma opinião, porque sei bem como é”.
O ator também respondeu a essa afirmação da mulher, dizendo: “Eu, que sou [homossexual], levei mais de dez anos para reconhecer e entender. Sendo que eu sou gay. E você, que a princípio não é, tem tanta certeza disso?”
“Opinião é se gosto de verde ou azul. Mostre para sua filha nossa conversa e ela te explica melhor”, terminou o intérprete de Alfredo em ‘Cara e Coragem’.
MEDO
Carmo Dalla Vecchia revelou, em entrevista ao site Gay Blog, o receio que tinha de se assumir homossexual e perder trabalhos.
“Eu achava que ao me expor poderia ter problemas. Fui claramente advertido quanto a isso algumas vezes, mas o desejo de me posicionar foi mais forte”, começou contando.
Em seguida, o ator disse que não queria mais esconder quem era e estava disposto a aceitar as consequências para viver como si mesmo.
“Para mim foi muito claro que, se o preço que eu teria que pagar para trabalhar seria me ausentar de quem eu era, esse valor eu já não estava mais disposto a dispor”, disse.
O ator de ‘Cara e Coragem’ também comentou que teve que lidar não só com os preconceitos externos, mas também com os que ele mesmo tinha, apesar de ser homossexual.
“Precisei descobrir que mesmo compondo uma letra da sigla LGBTQIA+ eu poderia ter um preconceito cultural arraigado na minha própria cabeça. Acho que minha decisão acompanhou um movimento meu e ao mesmo tempo um momento que o mundo está passando”, refletiu.
O artista ainda afirmou se emocionar quando recebe mensagens de outras pessoas homossexuais, que o procuram para contar suas histórias.
“Muitas vezes choro lendo as mensagens que recebo. São pessoas que passaram por grandes dificuldades de aceitação e que levarão cicatrizes eternas em suas vidas. Pessoas que confiaram em mim e me cederam suas histórias para serem contadas”, iniciou.
“Nunca fui tão grato. E nunca ouvi tantos agradecimentos em toda a minha vida. São caminhões de afeto e carinho que tenho recebido diariamente”, agradeceu Carmo.
