Bernardo de Assis, intérprete de Catatau na novela ‘Salve-se Quem Puder’, precisou se distanciar da família depois que começou a transição. Segundo ele, não houve o apoio da mãe, irmã e nem do pai de criação. Em entrevista ao jornal Extra, o ator comentou ainda sobre a cena romântica entre seu personagem e Renatinha (Juliana Alves).
“Eu, infelizmente, faço parte da parcela de pessoas trans que perdem o seu vínculo familiar”, conta Bernardo, que completa: “Nunca tive muito diálogo com meus pais. Minha mãe escolhia as minhas roupas, me forçava a ser o mais feminino possível, a manter o cabelo longo”.
“Numa viagem, eu decidi cortá-lo e fiz uma foto. Ela me mandou uma mensagem dizendo que eu não precisava mais voltar. Meu pai de criação decidiu não se intrometer na decisão dela; com o biológico, nunca tive contato. Então, deixei tudo pra trás”, lamentou. Bernardo explicou que foi acolhido pelos tios e amigos da comunidade LGBTQIA+.
O artista de 25 anos contou como se descobriu transexual: “A sociedade me enxergava como lésbica, mas, quando uma namorada me olhava como mulher, eu negava ser uma. Era como se o meu quebra-cabeça estivesse embaralhado. Aos 15, escutando as palestras e lendo os livros do João W. Nery (psicólogo e ativista LGBTQIAP+), percebi que o sofrimento dele era igual ao meu. E que havia um nome para tudo aquilo”.
NA TV
Novato na TV, Bernardo elege a cena do beijo de Catatau, um homem trans, e Renatinha, uma mulher cisgênero, como uma das mais importantes da dramaturgia: “Estou ansioso para assistir ao final dos dois. É revolucionário, ainda mais numa novela das sete. Já fiz cenas parecidas em outros trabalhos, mas nenhuma com essa importância”.
“Os telespectadores vêm acompanhando a trajetória de Renatinha, preconceituosa e arrogante. Amada por Catatau, ela se redime. Assim como esse amor transforma a personagem de caráter duvidoso, outras pessoas podem passar pelo mesmo”, opina ele.
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