A apresentadora Ana Maria Braga comentou no ‘Mais Você’ desta segunda-feira (25) sobre os casos envolvendo os ex-jogadores de futebol Daniel Alves e Robinho, ambos condenados por estupro.
No matinal da TV Globo, ela criticou a decisão da justiça espanhola que concedeu liberdade provisória a Daniel após o ex-atleta pagar a fiança de 1 milhão de euros, aproximadamente R$ 5,4 milhões.
A apresentadora ainda falou sobre o caso de Robinho, que foi preso no Brasil na última quinta-feira (21) depois de ser condenado na Itália por estupro. “Você é condenado, foge para cá ou simplesmente é condenado, paga uma fiança e sai. É uma coisa não consigo entender”, disse Ana Maria.
Com a reviravolta nos casos, a comandante do ‘Mais Você’ não escondeu sua indignação. “Onde está a Justiça com as vítimas? Não escutei nenhum deles em nenhum momento pedir desculpas e dizer ‘eu errei’, assumir o que fez”, completou a apresentadora.
Ana Maria também criticou quem ainda defende os ex-jogadores, mesmo após a condenação dos mesmos. “Deveria ser uma indignação natural de todo ser humano, mas não é. Tem muito homem que passa pano, que justifica, que relativiza, mas é uma coisa que não pode acontecer e acontece. A cada oito minutos uma mulher é estuprada no Brasil. É uma loucura”, afirmou.
OS CASOS
Daniel Alves havia sido condenado a quatro anos e meio de prisão pelo crime de estupro ocorrido em uma boate de Barcelona em fevereiro. A possibilidade de sua soltura iminente desperta diversos questionamentos sobre o sistema judicial e os desafios enfrentados pelas vítimas, especialmente em casos onde os criminosos têm dinheiro.
O ex-jogador do Barcelona tinha sido condenado a quatro anos e meio de prisão pela Justiça da Espanha por abuso sexual, no dia 22 de fevereiro deste ano. O caso ocorreu em dezembro de 2022 e estava sob investigação e julgamento desde então.
Robinho foi acusado de participar de um estupro coletivo, que teria sido cometido na Itália. Segundo as investigações das autoridades locais, o ex-jogador e outros cinco amigos foram responsáveis por embriagar e estuprar uma jovem albanesa, de 23 anos.
A Justiça da Itália condenou o brasileiro em 1ª Instância, em 2017. A primeira condenação foi confirmada pelo Tribunal de Apelação de Milão, três anos depois. Em 2022, a Corte de Cassação da Itália negou os recursos da defesa de Robinho. O órgão é o equivalente a última instância da justiça italiana e, por isso, o ex-jogador não pode mais recorrer.
Como a legislação brasileira prevê a transferência de execução de pena para casos em que a extradição não é possível por causa da nacionalidade. Ou seja, neste caso, as autoridades italianas devem solicitar ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) do Brasil o cumprimento da decisão.
Por isso, Robinho foi preso pela Polícia Federal, na última quinta-feira (21) em Santos (SP). Ele foi detido após a Corte Especial do STJ decidir, com base na condenação da justiça italiana, que o ex-jogador deve cumprir a pena de 9 anos pelo crime de estupro coletivo.