“Prêmio por bom comportamento funciona? Como devo aplicar esse conceito em casa?”
Educamos as crianças a estarem preparadas para enfrentar o mundo e, nós, adultos, temos a real consciência de que tudo que ganhamos na vida, geralmente, é por meio do suor, de desempenho e dedicação. Certo?
Neste sentido, o recomendado é, em vez de premiar o bom comportamento, focar na consequência de se comportar bem. Por exemplo, a criança cumpriu a obrigação diária de arrumar o quarto, logo, terá um ambiente organizado e estará livre para brincar. Neste caso, a hora de brincar será a consequência de ter realizado a tarefa de sua responsabilidade.
Se ela tivesse postergado ou não cumprido o combinado, além do quarto desarrumado, não brincaria.
A consequência de um bom comportamento pode garantir a noção de organização, responsabilidade e autonomia. Já a premiação é esperar do outro o reconhecimento de suas boas ações. Outro exemplo: tirar o prato da mesa e lavá-lo depois das refeições. Se cada um na casa fizer isso, não vai sobrecarregar a mãe ou o pai e ainda sobrará mais tempo para jogar um jogo em família.
O que está em questão aqui é o efeito positivo do cumprimento da tarefa. Isso é diferente de ganhar um prêmio ou brinde por ter feito o que foi previamente combinado.
Esperamos que nossas crianças tenham maturidade, no seu tempo, de se preocuparem com as consequências de seus atos, tendo como prêmio a consciência tranquila de que conseguiram realizar a sua parte.
Premiar o comportamento infantil com a permissão da utilização de dispositivos eletrônicos não é uma boa ideia. Para pequenos de 2 a 5 anos, o uso de mídias digitais deve ser limitado a uma hora diária e envolver programação de alta qualidade ou algo a que os pais e filhos assistam juntos.
Dra. Deborah Moss Neuropsicóloga especialista em comportamento e desenvolvimento infantil e mestre em psicologia do
desenvolvimento pela Universidade de São Paulo (USP). Consultora do sono certificada pelo International Maternity and Parenting Institute, no Canadá.