Desde a gravidez, o bebê já é capaz de ouvir sons e distinguir as vozes da mãe e das pessoas que mais convivem com ela. Isso acontece por volta do quinto mês. Então, a partir desse momento, você já pode estimular a fala do bebê por meio de conversas, leituras e músicas.
Algumas pessoas não se sentem confortáveis conversando com a “barriga” e tudo bem. Não se preocupe se acontecer com você! Afinal, isso não quer dizer que você não ame seu bebê ou não esteja criando vínculo com ele. É importante respeitar seu sentimento.
Quando o bebê nasce, já consegue diferenciar a língua materna das outras. Esse é um dos motivos para se conversar com o bebê na língua original dos parentes. Por exemplo: se a mãe é brasileira e o pai norte-americano, a mãe deverá se comunicar em português e o pai em inglês, pois essa é a língua afetiva dos pais.
Por mais que tenhamos uma segunda língua, nossa habilidade de expressarmos nossas emoções na língua materna é muito maior quando comparada a uma segunda língua.
Seja afetiva: sempre converse olhando nos olhos, sorria, mostre e nomeie objetos e alimentos. Fale sobre a rotina dele, explique o que está fazendo e traga o bebê para participar ativamente das atividades diárias e não como um espectador.
Isso cria vínculo entre ele e quem cuida dele. E é importante porque a linguagem com afeto (com prazer) facilita muito o desenvolvimento da fala. Tenha momentos agradáveis com o bebê: ler livros, cantar e fazer rimas ajudam nos processos de aprendizagem. Além disso, fale corretamente. É bonitinho trocar algumas letras?
Pode ser, mas isso fará com que ele aprenda as palavras de maneira errada (e depois, será necessário corrigir). Aliás, quando a criança pequena errar uma palavra, não a corrija, isso pode deixá-la constrangida e rebaixar sua autoestima.
Simplesmente continue a conversa e repita a mesma palavra da maneira correta. Ela mesma vai percebendo e se autocorrigindo.
Seja afetiva
O carinho, o afeto e o cuidado são os principais caminhos para o desenvolvimento saudável da linguagem. Mantenha um diálogo, pare para ouvir o que o bebê tem para falar, mesmo que sejam apenas balbucios. Brinque e divirta-se! E não se preocupe: cada bebê tem o seu ritmo e o seu tempo de desenvolver a linguagem, alguns mais cedo, outros demoram um pouco mais.
A leitura é fundamental
A linguagem falada é diferente da linguagem escrita. Quando falamos, acabamos passando por cima de algumas conjugações verbais e até mesmo do uso do plural, porém, a linguagem escrita é mais rebuscada e mais bem estruturada. Por isso, é importante ler para os bebês, eles começam a assimilar a linguagem escrita, o que vai facilitar lá na frente no processo de alfabetização.
PRISCILA COGHI Neuropsicóloga formada pela USP, com especialidade em diagnóstico psicológico infantil, ludoterapia e orientação aos pais, pelo Ciclo CEAP, e em clínica com bebês pela PUC – COGEAE. É também doula e educadora perinatal pelo GAMA. www.priscilacoghi.com.br