Existe coisa mais gostosa do que observar o filhote de olhinhos fechados, relaxando depois de um dia de muito corre-corre? Sem dúvida, é o sonho de todo pai e de toda mãe. Mas, infelizmente, para várias famílias a realidade é bem diferente. Muitas crianças têm o sono superagitado. A noite se torna confusa e angustiante.
Em alguns casos, não há com o que se preocupar: trata-se de mero reflexo de um dia muito cheio ou até um pesadelo mesmo.
Mas quando toda noite acontece a mesma coisa e a cena se revela digna de um filme de horror, com a criança chorando, gritando e até se debatendo, é melhor investigar a fundo, pois pode ser terror noturno. Para ajudar, fomos entender quando a situação exige ajuda profissional, pois apenas colinho não basta. Confira.
Você sabe a diferença?
Pesadelo: “Ambos acontecem enquanto a criança dorme, mas em fases diferentes do sono”, diz o pediatra Moises Chencinski, do Departamento de Pediatria Ambulatorial e Cuidados Primários da Sociedade de Pediatria de São Paulo. Pesadelos são sonhos ruins, nos quais o pequeno experimenta sensações de medo, ansiedade e outras emoções fortes. Geralmente, estão relacionados a acontecimentos do dia a dia ou preocupações do universo infantil. O mais comum é que, no dia seguinte, a criança se lembre do que sonhou. Podem aparecer a partir dos 6 meses de idade.
Terror noturno: Em compensação, quando a criança passa por uma crise de terror noturno, os sinais costumam deixar os pais mais preocupados. Isso porque eles podem dizer frases desconexas, gritar, se debater e até mesmo permanecer de olhos abertos sem que estejam realmente acordados. É bem impactante! Esses episódios costumam durar segundos, mas podem chegar a uma hora, dependendo do dia. Normalmente, elas não fazem a menor ideia do que aconteceu quando acordam no dia seguinte. Os pequenos estão sujeitos ao problema a partir de 1 e meio de idade.
Como ajudar?
Pesadelo: Um pesadelo pode deixar seu filho verdadeiramente aterrorizado, por isso, não o subestime. Se ele acordar chorando e dizendo que teve um sonho ruim, procure acalmá-lo com um abraço. “Incentive-o a discutir com você o que ele sentiu. Diga o quanto assustador deve ter sido, mas que aquilo já acabou. Ou faça uma brincadeira envolvendo a situação do sonho até que ele se sinta mais seguro e relaxado”, indica o pediatra. Um pesadelo não é motivo suficiente para ir ao médico. Entretanto, se o problema é recorrente, pode estar associado a fatores emocionais e merece uma investigação profissional.
Terror noturno: Já durante as crises de terror noturno, a preocupação com o pequeno deve ser mais física do que emocional. “Não tente acordá-lo, pois ele está num sono profundo”, diz. Tire de perto objetos que possam machucá-lo, e fique junto todo o tempo. As crises, muitas vezes, são combinadas com sonambulismo. A situação não requer uma ida ao médico com urgência, mas vale marcar um consulta com o pediatra. É importante saber se a crise não está por trás de uma doença associada, como apneia obstrutiva do sono ou enxaqueca, por exemplo.