Com a queda da temperatura em diversos pontos do Brasil, sobem os casos de doenças associadas ao aumento da circulação de vírus respiratórios. E quem tem criança pequena em casa já sabe: é hora de reforçar a lavagem nasal e ficar atenta a alguns sintomas, que podem indicar infecções respiratórias.
A bronquiolite, causada pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR), principal vírus associado à Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), é uma delas, segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A circulação do vírus acontece no Brasil desde o verão e se intensifica no período entre março e junho. “A doença também pode se manifestar como pneumonia viral, pneumonia bacteriana ou quadros mais leves de infecções das vias aéreas superiores”, explica Werther Brunow de Carvalho, pediatra do Hospital Santa Catarina Paulista.
Prevenção
Quando a criança vai à escola, fica mais difícil prevenir. Afinal, o VSR passa pelo contato e pelo ar. Por isso, é essencial não enviar crianças doentes para a escola, ok?
Crianças menores de dois anos e bebês prematuros também precisam de cuidados especiais, já que o VRS pode ficar mais grave nesse público. Werther recomenda medidas simples e eficazes:
- Manter os ambientes bem ventilados;
- Reforçar a higiene das mãos;
- Garantir hidratação adequada;
- Evitar mudanças bruscas de temperatura;
- Manter o calendário vacinal atualizado;
- Estimular bons hábitos alimentares;
- Cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar;
- Lavar o nariz diariamente, mesmo que a criança não apresente sintomas.
É hora de ir ao hospital?
Nessa época do ano, os prontos-socorros ficam lotados – e podem ser locais propícios à circulação de vírus respiratórios. Por isso, só leve ao hospital se realmente for necessário. “Em bebês e crianças pequenas, os sintomas de VSR podem começar de forma leve, como um resfriado comum, mas evoluir rapidamente”, detalha o pediatra Josemar Lídio de Matos. Os sinais preocupantes são:
- Dificuldade para respirar (respiração rápida, ofegante ou com retrações nas costelas);
- Chiado no peito;
- Gemência;
- Coloração arroxeada nos lábios ou extremidades;
- Recusa alimentar.
A bronquiolite aguda geralmente é tratada em casa com cuidados como limpeza nasal, elevar a cabeceira e refeições menores e mais frequentes. Casos graves com dificuldades respiratórias podem precisar de internação, até mesmo em unidade de terapia intensiva (UTI).
Lavagem nasal: simples, mas de grande eficácia!
A lavagem nasal com soro fisiológico é uma aliada poderosa na prevenção e no tratamento de doenças respiratórias em crianças. Segundo a otorrinopediatra Sofia Borges, ela remove o excesso de muco e os micro-organismos antes que causem infecções, reduzindo, inclusive, o uso de medicamentos como antialérgicos e descongestionantes.
O ideal é fazer o procedimento diariamente, mesmo sem sintomas, especialmente no período de volta às aulas. Veja como fazer a lavagem nasal corretamente:
- A criança deve ficar com o corpo inclinado para a frente, olhando para o centro da pia, com a cabeça levemente erguida e a boca aberta.
- Com uma seringa ou dispositivo apropriado, aplique o soro fisiológico lentamente, sempre com baixa pressão.
- O melhor momento para a lavagem é após o banho ou escovação dos dentes, quando o muco está mais solto.
- Utilize sempre soro fisiológico em temperatura ambiente ou levemente morno.
- A frequência e o volume do soro variam com a idade e devem seguir orientação médica.
A matéria acima foi produzida para a revista AnaMaria Digital (23 de maio). Se interessou? Baixe agora mesmo seu exemplar da Revista AnaMaria nas bancas digitais: Bancah, Bebanca, Bookplay, Claro Banca, Clube de Revistas, GoRead, Hube, Oi Revistas, Revistarias, Ubook, UOL Leia+, além da Loja Kindle, da Amazon. Estamos também em bancas internacionais, como Magzter e PressReader.
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