Com que idade ele já pode ajudar?
Aos 2 anos, vale começar o “recrutamento”. A delimitação de espaços – o canto dos livros, o dos jogos e o dos bonecos, por exemplo – já ajuda a criança a perceber que cada coisa tem seu lugar e, consequentemente, a encarar com naturalidade o ato de devolver o brinquedo à “sua casa”.
“Claro que, em algum momento, ao se deparar com tantos objetos espalhados, ela pode desanimar. Nessa hora, o adulto deve entrar em cena para ajudar e dizer o quanto vai ser bom encontrar tudo no lugar da próxima vez”, diz a psicóloga Daniella Freixo de Faria.
Como tudo o que diz respeito ao aprendizado dos pequenos, paciência e persistência são virtudes necessárias. O ideal é que o processo aconteça aos poucos, um passo de cada vez, como observa a psicóloga Claudia Ranaldi: “Não se deve exigir perfeição nem cobrar além do que é possível para aquela idade e para aquele indivíduo. Por outro lado, é importante reconhecer o esforço com elogios. Quanto mais leve, lúdica e divertida for a arrumação, mais facilmente a criança desenvolverá uma atitude positiva com relação à organização de seu próprio quarto”, afirma .
Escolha as armas certas e mãos à obra!
✔ Além de armários e prateleiras, vale lançar mão de caixas, cestos e baús para abrigar os cacarecos. Os modelos transparentes facilitam na hora de localizar um objeto. Para ajudar, coloque uma etiqueta identificando o conteúdo de cada recipiente. Ou, ainda, escolha uma cor diferente para cada categoria – por exemplo, verde para os carrinhos, azul para os jogos de montar, vermelho para as bonecas. E não custa lembrar: procure deixar tudo ao alcance dos pequenos, para que possam pegar o que quiserem e depois colocar de volta.
✔ Atenção ao material de que são feitos os organizadores. Móveis laqueados devem ser evitados, pois podem riscar ou lascar com qualquer batidinha. Segundo a arquiteta Ana Luiza Almeida Prado Sawaia, o laminado melamínico é ideal. Ele tem diversas cores para compor o ambiente e pode ser limpado com álcool. Caixas de lona laváveis e baldes de plástico flexíveis também
são ótimos.
✔ Já pensou em usar caixotes de feira? Ficam lindos! Mas lembre-se que eles exigem atenção redobrada: devem receber uma boa lixada para remover farpas e torná-los seguros. Estantes e racks antigos também podem ganhar novos revestimentos e se mudar para o quarto deles.
✔ Que tal improvisar? Você pode recobrir uma caixa de papelão com um papel de presente que combine com a decoração do quarto e usá-la para guardar itens leves.
Dê o bom exemplo
“Desde muito cedo, as crianças se espelham nos adultos, cujas atitudes passam a ter peso enorme no processo – os filhos precisam ver que os pais também têm o compromisso de manter o quarto deles em ordem”, afirma Claudia.
Eles também vão participar!
✔ Um jeito de fazer com que os pequenos se envolvam é pedir a opinião deles. Pergunte onde preferem guardar o ursinho ou aquele quebra-cabeça ou se acham uma boa ideia deixar os gibis junto com os livros. Isso funciona especialmente com os mais velhos.
✔ “A empatia é outro grande aliado”, observa Daniella. Ao ouvir os pais dizendo que realmente dá um trabalhão guardar tudo, o filho percebe que não é o único a se sentir assim, o que gera identificação. “Mas é preciso sempre acrescentar que, por mais cansativo que seja, a arrumação também é parte do brincar”, lembra.
✔ Inventar jogos é outra tática que não costuma falhar. Pegue dois cestos, dê um pra criança e fique com o outro. Vence quem guardar mais brinquedos em um determinado tempo. Estipule o prêmio antes – pode ser um sorvete ou 15 minutos a mais de TV, por exemplo.
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