Não importa o motivo: seja pelo brinquedo novo, pelo controle do videogame, pelo canal da televisão ou até pela última bolacha do pacote, os pequenos sempre arranjam uma razão para implicar uns com os outros. E só quem é mãe sabe o quanto esses desentendimentos podem ser desgastantes. Afinal, não bastassem todos os outros afazeres, ficar toda hora mediando os conflitos
das crianças consome uma energia danada! Se você também já está cansada de tanta briga, confira os conselhos da psicóloga Ana Paula Magosso Cavaggioni para conseguir, de vez, ter paz em casa!
Eles querem atenção…
➜ Com a chegada do segundo filho (ou do terceiro…), as crianças precisam aprender a dividir não só o espaço, mas também os cuidados e a atenção dos pais. Para os mais velhos a situação é pior, pois um bebê dá muito trabalho e pode ser difícil entenderem
essa mudança de foco. “É comum que eles comecem as brigas com o intuito de chamar a atenção dos pais”, diz a psicóloga Ana Paula, que é de Santo André (SP). Se essa disputa não for bem trabalhada na infância, pode até se estender para outras fases da vida. Daí ser tão importante ensiná-los a resolver os conflitos numa boa desde cedo.
O que fazer quando a confusão se instala
➜ Tudo depende da maneira como eles estão brigando. “Se passarem a se agredir fisicamente ou se estiverem se xingando com nomes feios, os pais precisam interferir na hora”, defende a psicóloga. Em compensação, se for apenas um desentendimento, vale a
pena espiar para ver como eles resolvem o conflito – o ideal é que consigam chegar a uma solução sozinhos. Se bem que,
enquanto forem pequenos, não tem jeito: sua presença provavelmente será requisitada, pois não possuem maturidade suficiente para resolver por si sós essas questões. Nesses casos, estabelecer acordos pode ser uma boa saída. Por exemplo, ambos querem brincar com o mesmo carrinho? Diga isso em voz alta e pergunte: “De que maneira podemos resolver isso?” Deixe que eles participem da conversa e exponham suas ideias e pontos de vista. Se ficarem calados, sugira uma proposta, como “que tal se cada um der duas voltas e depois passar para o outro?” Ao final, deixe claro o que ficou resolvido e pergunte se concordam. “Depois,
fiscalize por um tempo para saber se eles estão cumprindo o que foi estabelecido”, diz a especialista.
Não sei quem começou. E agora?
➜ “Os pais raramente sabem quem começou a briga, e qual dos lados está certo”, tranquiliza Ana Paula. Justamente por isso,
indica-se conversar com cada um separadamente. Mas não é preciso achar um culpado, sabia? Basta perguntar à criança como
ela se comportou. Se ela garantir que não fez nada de errado, confronte-a com a versão do irmão. Depois, aponte a atitude que não
está correta e explique por que não se deve agir assim. Tente não menosprezar o sentimento de raiva da criança e demonstre que existem outras maneiras de lidar com isso. “O importante é não dar privilégio para um porque é mais novo ou para o outro porque costuma ser menos arteiro”, orienta a especialista. E nada de compará-lo ao irmão, ao primo ou ao amigo na hora de chamar a atenção. Cada pequeno tem seu próprio ritmo de aprendizado!
Cuidado com o tom de voz!
➜ De vez em quando, a casa fica um caos, a criançada não para de gritar e você precisa elevar o tom para ser ouvida? Tudo bem, acontece. O problema é fazer isso porque você está nervosa e não aguenta mais a situação. Nesse caso, respire fundo e espere a
raiva passar. Afinal, você está tentando ensinar a eles como lidar com esse tipo de sentimento sem perder a razão, não é? O mesmo vale para as discussões com o marido ou outros parentes dentro de casa: não vale dar mau exemplo, combinado?