Ela aparece como vilã em boa parte dos contos de fadas e lendas infantis. Mas, na vida real, a madrasta é uma figura cada vez mais presente – e pode ser bem diferente da que conhecemos nas histórias. Com o aumento das novas configurações familiares, muitas mulheres se deparam com o desafio (e a oportunidade) de conviver com os filhos do parceiro. E, ao contrário do que se pensa, essa relação pode ser leve, positiva e ter afeto – desde que haja respeito, maturidade e um pouco de jogo de cintura.
- Deixe o ciúme de lado
Faça um exercício de empatia: se a criança recebe carinho, é sinal de que seu companheiro é um bom pai – e isso é uma qualidade rara. Lembre da sua infância e de como é importante ter um adulto presente. O foco deve estar em criar memórias afetivas positivas para todos, e não em competir por afeto. Lembre-se: na luta por afeto, é muito provável que você perca, afinal, são os filhos dele. Entrar nessa briga é roubada. - Evite comparações com a mãe
Cada mulher tem seu jeito de maternar. Em vez de tentar competir com a mãe dos enteados, procure respeitar a relação que eles têm com ela. Evite críticas e comentários, mesmo quando discordar de algo. E, na frente da criança, jamais fale mal da mãe. Isso só gera desconforto e desconfiança. - Estabeleça regras com clareza
Pode ser que os filhos do parceiro tenham uma criação diferente da que você acredita ideal – e está tudo bem. O mais importante é que, na sua casa, as regras fiquem claras. Sem autoritarismo, apenas com coerência: horário para dormir, limites para o uso de telas, rotinas de higiene. Crianças se sentem mais seguras quando sabem o que esperar. - Nada de discussões na frente da criança
Se algum comportamento do enteado te incomodar, converse com o pai – de preferência quando a criança não estiver por perto. Discutir na frente dela pode gerar culpa, insegurança e até rejeição. Trate o assunto com cuidado e racionalidade. - Crie espaços de pertencimento
Um dos maiores gestos de carinho é mostrar que aquele lar também é da criança. Vale separar um cantinho no armário, deixar alguns brinquedos por lá, permitir que ela participe da decoração do quarto ou que escolha a roupa de cama. Assim, ela se sente acolhida – e isso reflete diretamente no comportamento e na conexão emocional com você. - Evite favoritismos
Se você tem filhos biológicos, cuidado com comparações. Na prática, isso pode se traduzir em dar um presente para um e esquecer o outro, ou fazer elogios direcionados apenas para o filho “de sangue”. A criança percebe tudo – e guardar esse tipo de mágoa pode atrapalhar a relação entre irmãos e também com os adultos.Madrasta pode, sim, ser boa. Foto: FreePik - Cuide das suas emoções
Ciúmes, inseguranças, incômodos com a ex do parceiro… tudo isso é mais comum do que se imagina. Mas, para conviver bem, é importante olhar para dentro e entender o que está por trás desses sentimentos. Trocar experiências com outras madrastas pode ajudar muito, seja em grupos de apoio online ou conversas com amigas. - Nada de exposição nas redes sociais
Evite desabafos públicos sobre a relação com os enteados ou com a ex do parceiro. Além de prejudicar emocionalmente a criança, isso pode ter consequências jurídicas. Preserve a intimidade da família e resolva os conflitos com diálogo e maturidade. - Saiba que você não precisa dar conta de tudo
Não se cobre tanto. Você não precisa ser uma segunda mãe, uma melhor amiga ou uma especialista em psicologia infantil. Seu papel é construir, aos poucos, uma convivência de respeito e afeto. E para isso, o pai precisa estar presente e ativo na relação. Dividir tarefas e decisões é essencial para que nenhuma das mulheres da história fique sobrecarregada. - Cultive a escuta e o afeto
Não espere que a criança te ame de imediato. Pode haver resistência no início. Aos poucos, com consistência, empatia e carinho, o laço se forma. Mostre que você está ali para somar, sem ocupar o lugar de ninguém. As relações mais bonitas são aquelas construídas com tempo, verdade e cuidado.
A matéria acima foi produzida para a revista AnaMaria Digital (edição 1477, de 11 de julho de 2025). Se interessou? Baixe agora mesmo seu exemplar da Revista AnaMaria nas bancas digitais: Bancah, Bebanca, Bookplay, Claro Banca, Clube de Revistas, GoRead, Hube, Oi Revistas, Revistarias, Ubook, UOL Leia+, além da Loja Kindle, da Amazon. Estamos também em bancas internacionais, como Magzter e PressReader.
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