As férias escolares chegaram, e junto com elas, um dilema comum para muitas famílias: como manter as crianças entretidas sem que passem o dia inteiro grudadas nas telas? Entre jogos, redes sociais e vídeos, o uso da tecnologia acaba tomando boa parte do tempo livre dos pequenos. Mas o excesso pode prejudicar mais do que se imagina.
De acordo com o psiquiatra Thiago Lemos de Morais, o período de recesso é uma excelente oportunidade para desacelerar, descansar e viver novas experiências fora do mundo digital. No entanto, o uso descontrolado de dispositivos eletrônicos pode afetar a saúde física, emocional e social de crianças e adolescentes. A seguir, ele lista seis pontos de atenção para as famílias ficarem de olho.
- Sono comprometido
Passar muitas horas diante de telas pode atrasar a liberação de melatonina, o hormônio que regula o sono. O resultado? Noites mal dormidas, dificuldade para pegar no sono e cansaço acumulado no dia seguinte.
- Menos interação social
Embora as redes sociais pareçam manter os jovens conectados, a exposição prolongada a telas reduz os encontros reais, as conversas olho no olho e as brincadeiras em grupo. “As férias são uma oportunidade perfeita para fortalecer laços, explorar novas atividades e desfrutar da natureza”, ressalta o especialista.
- Emoções à flor da pele
Estudos indicam que o tempo excessivo em redes sociais está associado ao aumento de sintomas de ansiedade e depressão, especialmente entre adolescentes. A constante comparação com a vida alheia online pode alimentar sentimentos de inadequação e baixa autoestima.
- Concentração em baixa
Estímulos rápidos e constantes das telas dificultam o foco em atividades que exigem mais atenção, como leitura, estudos ou jogos que desenvolvem o raciocínio. Isso pode atrapalhar a aprendizagem e a volta às aulas.
- Sinais de dependência digital
Quando o tempo nas telas se torna compulsivo e interfere em outras atividades importantes, como refeições em família ou exercícios físicos, pode ser sinal de alerta. “Jovens sentem a necessidade de checar constantemente suas redes sociais ou jogos”, explica o médico.
- Corpo parado, saúde em risco
A falta de movimento é outro efeito colateral preocupante. Longos períodos de inatividade podem favorecer o ganho de peso, problemas posturais e até dores musculares, afetando também o bem-estar emocional.
Para Thiago, o equilíbrio é o melhor caminho: “Uma boa prática é reservar horários específicos para o uso de dispositivos e priorizar atividades ao ar livre, hobbies e encontros sociais. Dessa forma, é possível aproveitar melhor esse período de descanso, recarregar as energias e criar memórias afetivas duradouras para esses jovens.”
Resumo:
Durante as férias, o uso excessivo de telas por crianças e adolescentes pode causar problemas de sono, ansiedade, sedentarismo e até dependência digital. O psiquiatra Thiago Lemos de Morais orienta pais a estabelecerem limites e estimularem atividades fora do ambiente virtual.
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