Provavelmente você já ouviu falar no desenho japonês Pokémon, no qual os personagens viajam pra caçar “monstros”. Desde seu lançamento (1997), a atração já virou filmes e jogos. No início do mês, ganhou forma de game pra celular, o tal Pokémon GO. Nele, as criaturinhas “saíram” das telas e se “espalharam” pela cidade. O desafio é capturá-las e, para isso, é preciso andar por aí. Apesar do sucesso, o jogo tem sido criticado. Conheça algumas das polêmicas e oriente seu filho para a diversão rolar com segurança.
Como funciona o app, baixado mais de 100 milhões de vezes ao redor do mundo
Para utilizá-lo é preciso ter um aparelho celular compatível (certos modelos ainda não são). O game é gratuito, mas para jogar é necessário ter uma conexão constante com a internet. Se o aparelho fica conectado somente no Wi-Fi de casa, a pessoa não conseguirá jogar quando estiver caminhando pela rua. Para isso é necessário que ela tenha um pacote de internet móvel, 3G ou 4G. O aplicativo permite compras de itens (ex: incenso para atrair Pokémons), que só devem ser realizadas com o consentimento dos pais.
Após baixar o aplicativo, a pessoa deve escolher um nome de usuário e vincular seus dados a uma conta no Google – ou criar uma nova conta através de um site mantido pelos próprios desenvolvedores do jogo. Também é preciso ativar o GPS do celular. Somente dessa maneira poderá ser mostrada sua exata localização e também onde estão as PokéStops (locais públicos nos quais os usuários pegam itens necessários para o jogo) mais próximas e, claro, os monstros a serem capturados.
Diversão com segurança
● O funcionamento da ferramenta não segue o padrão de outros jogos, que induzem ao sedentarismo. Pelo contrário: ele exige que
o pequeno saia de casa. Se por um lado isso é positivo, porque estimula a prática de caminhadas, por outro, merece cuidados. “O fato de elas andarem dividindo a atenção com o celular aumenta as chances de acidentes”, ressalta a psicóloga Ana Paula Magosso Cavaggioni, da Clia Psicologia, Saúde e Educação. Portanto, um adulto deve sempre acompanhar os passeios.
● Cuidado com estranhos. É comum se formar uma aglomeração de pessoas ao redor dos locais onde há muitos monstrinhos. “Os criminosos podem se aproveitar disso para roubar as vítimas. Prefira shoppings ou outros lugares com segurança”, ressalta Nelson Barbosa, engenheiro de segurança da Norton.
● Estabeleça limites. “Combine com a criança horários e locais pra jogar. Por exemplo: se vocês estão indo pra escola e ela pedir pra pegar um Pokémon, diga que não é hora. Reforce que a escola é prioridade e que os horários devem ser respeitados”, completa
a psicóloga. Bom senso também é fundamental: hospitais e salas de aula, por exemplo, não são locais apropriados para a brincadeira.
● Não tem dinheiro para o 3G? Jogue só em locais que disponibilizam Wi-Fi gratuito, como alguns shoppings e parques, que costumam ter muitos monstrinhos.
● Aproveite a oportunidade para interagir com o filhote. “Peça que ele lhe ensine as regras e participe desse momento”, orienta
Ana Paula. O jogo pode render boas risadas!
A polêmica da privacidade
Muito se tem debatido com relação ao acesso da empresa desenvolvedora do jogo a dados pessoais do usuário. De fato, quem
instala o aplicativo concorda em fornecer identidade, localização, imagens da câmera e informações sobre a conexão para os
administradores da ferramenta. É bom estar ciente disso! No entanto, não se engane: ao aceitar participar do Facebook, por exemplo, você também permite o acesso da empresa a essas e outras informações.
Pode ainda não ser o momento
Se achar que a criança não tem maturidade suficiente para jogar, diga que ela ainda não está preparada para isso e explique o
motivo. Caso ela se sinta excluída das conversas com os amigos por causa disso, promova encontros entre eles que não precisem
do celular. Chame a criançada para brincar de bola em casa ou no parque, por exemplo.