“Meu filho está crescendo demais e desconfio de que a causa é a puberdade precoce. Como ter certeza?” M. L., por e-mail.
A maioria das crianças com alta estatura tem uma variação normal do crescimento, ou seja, é uma alta estatura familiar ou genética. Nesse caso, o pequeno tem crescimento excessivo em relação à média da população para aquela idade e sexo, mas está de acordo com a estatura alvo dos pais.
A alta estatura genética é a causa mais comum de alta estatura, porém é preciso excluir causas patológicas de alta estatura antes de fechar o diagnóstico. Em alguns casos, é possível que a alta estatura seja uma manifestação de uma síndrome genética ou de uma doença endócrina como puberdade precoce, hipertireoidismo ou tumores que secretam hormônio de crescimento dentre outras.
De acordo com a suspeita da causa do crescimento excessivo, há exames que ajudam a confirmar ou descartar as hipóteses diagnósticas. A idade óssea (uma radiografia de mãos e punhos) permite saber quanto um paciente já cresceu e quanto ainda irá crescer.
Nos casos de alta estatura genética ou familiar, o tratamento é cada vez menos indicado devido a melhor aceitação da alta estatura. Quando realizado. se faz com doses elevadas de hormônios sexuais (estrógenos nas meninas e sais de testosterona nos meninos), que avançam a maturação dos ossos e levam ao fechamento precoce da placa de crescimento.
O momento certo de começar o tratamento deve ser cuidadosamente analisado e definido pela endocrinologista pediátrica individualizando cada caso. Nas situações em que a alta estatura decorre de uma doença específica, cada caso tem sua maneira de ser acompanhado e tratado. Um exemplo é a alta estatura devido à puberdade precoce, onde o tratamento se faz com bloqueadores de puberdade.
FERNANDA ANDRÉ é endocrinologista pediátrica, mestre em endocrinologia pela UFRJ. Título de especialista em endocrinologia pediátrica pela Associação Médica Brasileira (AMB).