A chegada de um bebê muda tudo — inclusive a rotina de trabalho. Por muito tempo, o cuidado com os filhos foi visto como uma tarefa exclusiva das mães. Mas essa ideia vem mudando. Cada vez mais homens querem estar presentes no dia a dia dos filhos, e as empresas têm papel essencial para que isso seja possível.
No Brasil, a licença-paternidade é de cinco dias, podendo chegar a 20 nas empresas que fazem parte do Programa Empresa Cidadã. Um projeto em discussão no Congresso deve ampliar esse período para até 30 dias até 2031. Mesmo assim, o desafio vai além do tempo de afastamento.
Segundo Rennan Vilar, diretor de Pessoas e Cultura do Grupo TODOS Internacional, ser um pai participativo não é só estar em casa nos primeiros dias. “É sobre estar disponível, emocionalmente e de forma contínua, para compartilhar responsabilidades no cuidado e no desenvolvimento dos filhos”, explica. Para ele, cabe às empresas criar condições para que isso aconteça.
Ainda há barreiras
Apesar das mudanças, muitos pais ainda enfrentam dificuldades para exercer a paternidade ativa. A pressão por resultados, a falta de políticas flexíveis e o medo de serem vistos como “menos comprometidos” afastam muitos homens desse papel.
“Pais que desejam estar mais presentes muitas vezes enfrentam olhares de desconfiança, como se estivessem deixando o trabalho em segundo plano. Mas um colaborador que consegue equilibrar família e carreira tende a ser mais engajado e produtivo”, destaca Rennan.
O que as empresas podem fazer
Algumas medidas simples já ajudam muito no dia a dia das famílias. Entre as ações que fazem diferença estão:
- Licença-paternidade estendida, para que o pai possa participar das primeiras semanas de adaptação.
- Trabalho híbrido ou remoto, facilitando a presença em momentos importantes.
- Horários flexíveis, permitindo acompanhar consultas e compromissos escolares.
- Programas de apoio à parentalidade, com rodas de conversa e suporte psicológico.
“Essas medidas não são apenas benefícios. Elas fortalecem a confiança entre empresa e colaborador e mostram que o bem-estar da família importa”, afirma Rennan.
O exemplo vem de cima
Para que a mudança aconteça, é preciso que as lideranças também participem. “Quando líderes mostram que valorizam a vida familiar e incentivam os times a fazer o mesmo, o ambiente de trabalho se torna mais saudável e acolhedor”, diz o executivo.
Um novo jeito de olhar o trabalho
Segundo Rennan, apoiar a paternidade ativa é um investimento. “Empresas que permitem que os pais participem da vida dos filhos constroem relações mais humanas e sustentáveis, além de times mais motivados.”
Resumo: Cada vez mais homens buscam ser pais presentes, e as empresas têm papel importante nesse processo. Políticas de licença estendida, horários flexíveis e uma cultura que valoriza a vida familiar são essenciais para equilibrar trabalho e paternidade.
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