Às vezes, pai e mãe acreditam
que cabe apenas a eles a missão
de educar os filhos. Claro,
não se pode negar que ocupar esses
papéis implica em grande responsabilidade.
No entanto, a verdade
é que, com o tempo, as crianças
vão ganhando autonomia, interagindo
cada vez mais com parentes,
colegas de sala, professores…
Esse processo, além de saudável,
influencia na maneira como eles
se comportam. A matéria a seguir
foi feita para ajudá-la a entender a
importância da comunidade para a
evolução dos seus filhotes.
o processo de gestação de um
bebê, as principais experiências
ligadas a esse momento são vividas
de maneira singular pela futura
mãe. Tudo intensamente, já que o
desenvolvimento dessa nova vida
ocorre dentro do corpo feminino.
“Por isso é compreensível que, na
maior parte dos casos, a conexão
entre ela e o filho surja rapidamente”,
comenta Vital Didonet, educador e
assessor legislativo da Rede Nacional
Primeira Infância. O esperado, portanto, seria que os homens
passassem a fortalecer esse vínculo
com os pequenos a partir do parto.
Mas nem sempre isso acontece…
homens limitam ou evitam o contato
com os bebês”, diz o educador.
Sem contar aqueles que nem os
reconhecem – só no Brasil, 4 milhões
de pessoas não são registradas por
seus pais! Quem sai no prejuízo
com isso? A família toda: as
crianças, que perdem sua referência
masculina mais próxima; as mães, que acumulam tarefas relativas
aos cuidados com os pequenos;
os próprios homens, que deixam de
ver seus filhos se desenvolvendo…
E não pense que morar na mesma
casa basta. É preciso participar
intensamente da rotina para
influenciar no crescimento das
crianças de maneira positiva.
pouco contato com o mundo externo,
o passar do tempo faz com que
encontros com parentes e amigos
da família se intensifiquem. “Ele vai
se tornando um ser aberto para as
relações sociais”, explica Didonet.
Uma tarde na casa da vovó, uma
manhã brincando com os primos,
um passeio ao lado dos tios… “Essas
experiências mostram à criança que
seus pais possuem laços afetivos
com os demais. Ela percebe como
é querida e isso gera sensação
de segurança”, completa. Além,
claro, de ser benéfico para seus responsáveis, que podem contar
com uma rede capaz de lhes amparar
nos momentos difíceis, facilitando
suas horas de descanso ou lazer.
Mas, na escolinha (e, mais tarde,
no colégio), tão importante
quanto as matérias trabalhadas
são as outras habilidades
desenvolvidas nesse ambiente.
Entre elas está a socialização:
saber dividir os materiais, esperar
sua vez para falar, respeitar
os momentos de silêncio e de
convivência em grupo na sala de
aula… Afinal, é naquele espaço
que os pequenos passam uma
grande parte do dia. “Por isso,
é extremamente fundamental
que os valores estimulados ali
sejam condizentes com aqueles
trabalhados dentro da própria
casa”, ressalta o educador. Pois,
no final das contas, o ideal é
que a escola complemente a
ação da família – e não entre
em contradição com ela! Caso
contrário, a criança pode ficar
com a cabeça confusa.
estimula seu filho a se vestir
da maneira como se sente
mais confortável, mas o
matricula em um colégio
com normas de vestimenta
muito rígidas… pode gerar
um conflito. Então, avalie com
bastante atenção a proposta
pedagógica do local antes
de fazer a inscrição.
assegurar os direitos referentes à vida, à saúde, à educação e à cultura de
crianças e adolescentes”, esclarece Didonet. A missão não se refere só às
escolas e hospitais de qualidade. Leis que permitam a maior participação
da família na educação dos pequenos são bem-vindas! E devemos
escolher os governantes que mais lutem pelos direitos das crianças.