“Meu filho me tira do sério. Quero ser tranquila e leio sobre educação respeitosa. Mas, se não posso gritar, bater e colocar de castigo, o que fazer então?”, relato de M. J.
Em primeiro lugar, pode deixar para trás antigas ideias que ligavam a boa educação à obediência e ao autoritarismo. Ter a consciência de que autoridade e autoritarismo são coisas diferentes.
Quando você fala que seu filho te tira do sério, isso tem mais a ver com suas emoções e percepções do que propriamente com as dele. Bater, xingar, constranger… Deixar para trás a forma como as gerações anteriores foram educadas não é tarefa fácil. Para isso, temos, sim, de nos autoanalisarmos e nos reconstruirmos. É duro, porém o resultado vale a pena.
No lugar de gritos, castigos e punições, o caminho é construir autoridade. Atenção, como dito anteriormente, autoritarismo é diferente de ter autoridade. Ele é emocionalmente insustentável e só traz resultado a curto prazo. A autoridade é uma construção na relação mãe e filho, feita com parceria, vínculo e acolhimento. E evita a desconexão entre os dois, que pode proporcionar um espaço para mentiras e desconfianças.
Outro ponto de atenção é que a educação respeitosa nada tem a ver com permissividade. Não gritar e não bater não são sinônimos de falta de limites na educação. A permissividade também é prejudicial, já que gera incapacidade para lidar com as frustrações que, inevitavelmente, os filhos vão encarar na vida.
Esse processo é realmente de desconstrução e exige um pensamento a longo prazo. É preciso persistir nas suas ideias e estar disposta a refazer combinados e exercitar a escuta ativa. A forma de seguir sem agressões verbais e físicas é acreditar na abordagem não-violenta e respeitosa como a melhor forma de construir e manter a relação, com a certeza de um futuro feliz para ambos.
FERRAMENTAS PARA SUPERAR CONFLITOS
– Substituir as críticas por perguntas que estimulem o seu filho a pensar;
– Fazer acordos juntos. Qualquer pessoa se compromete de forma mais eficaz com regras que ajudam a construir;
– Incluir o filho nos combinados da casa, para torná-lo seu parceiro, e não “apenas” um filho obediente.
EVITE OS RÓTULOS
Rótulos envenenam qualquer relação. Mães que já dizem que os filhos são preguiçosos, chatos, agitados estão os resumindo a uma coisa só. E ninguém é uma coisa só. Rótulos machucam e diminuem as pessoas. Até os ‘positivos’ são nocivos. Melhor evitar.