É um clássico. Primeiro encontro com aquele que tem tudo para ser seu futuro namorado: cara bacana, bom de papo, charmoso, interessado e, visivelmente, rola atração recíproca.
Você linda, sorridente e absoluta. Estão se conhecendo, compartilhando experiências, viagens, signos, superstições, gostos. Riem de piadas bobas, trocam olhares. Falam sobre família, pets e esportes.
Até que… Até que 95% das mulheres começam a tagarelar sobre o único assunto dispensável: o ex! E não são comentários banais do tipo “meu ex pega minha filha a cada 15 dias e tenho o fim de semana livre” ou ainda “ah, coincidência, meu ex é engenheiro naval e gente boa também”.
Em determinado ponto, a mulher cheia de atitude, atrás de uma taça de vinho, veste a fantasia de vítima indefesa do ex, aquele monstro em quem ela confiou, com quem fez planos, que a traiu com a amiga, que era ciumento, a fazia chorar e várias lamentações infalíveis para matar o outro de tédio.
É como se a ladainha guardasse um alerta: “olha lá, hein? Não vou passar por isso de novo. Já sofri muito. Agora a responsabilidade sobre meu bem-estar é sua”.
Gente, não, né? Taí a melhor maneira de começar uma relação com os dois pés esquerdos. O que o novato tem com suas más escolhas? Além de enfadonha, essa história de coitadinha pega mal.
Cadê a empoderada do século 21? Aquela do “não é não”? É essa mesma que vai
acuar o candidato nas preliminares das preliminares com papo de ex?
Somos responsáveis por nossos erros e acertos, e descobrimos as pessoas – e elas a nós – na convivência, entrelinhas, modo de tratar o garçom e até pelas mensagens (e não mensagens) do celular.
E estamos incumbidas de nos defender de quem não agrega. É uma atribuição pessoal e intransferível. Se você se deu mal em namoros anteriores, sabe – ou deveria ter aprendido – o que não quer mais para sua vida.
Então, não evoque o passado nem deposite frustrações no ombro de quem acabou de chegar. Perdoe a si mesma e se permita viver o novo, com todos os fantasmas exorcizados. Afinal, ex que é ex precisa ser “ex-cluído” da próxima fase.
WAL REIS é jornalista, profissional de comunicação corporativa e escreve sobre comportamento e coisas da vida.