O Dia das Crianças de 2025 promete ser menos sobre consumo e mais sobre conexão. De acordo com levantamento da Hibou, instituto de pesquisa e insights de consumo, 49% dos brasileiros afirmam que o orçamento está mais apertado neste ano — mas isso não significa deixar de celebrar.
O estudo, realizado entre 1º e 3 de outubro com 1.847 entrevistados em todo o país, mostra que o público está substituindo os presentes caros por experiências e gestos de afeto, com 78% dos consumidores planejando gastar até R$ 250.
Data comercial ou celebração afetiva?
A percepção do brasileiro sobre o Dia das Crianças está mudando. Embora 36% ainda vejam a data como “comercial”, o número caiu significativamente em relação a 2024 (45%). Já o grupo que enxerga o feriado como um momento para aproveitar ao lado das crianças cresceu de 28% para 31%, segundo a pesquisa. Para 15%, a data tem valor simbólico e emocional, e outros 7% associam o dia à “saudade da própria infância”.
Segundo Lígia Mello, CSO da Hibou, o movimento reflete um novo comportamento das famílias. “A valorização de passeios e da companhia em detrimento do apelo puramente comercial reflete uma mudança de prioridades, onde a experiência se torna o presente principal. O desafio para as marcas é se conectar com esse desejo por momentos memoráveis, que vão além do produto em si”, diz.
Presentes mais simbólicos e experiências em alta
A pesquisa aponta que, para 70% dos brasileiros, o presente ideal é “algo que a criança realmente goste”, enquanto 24% priorizam o fator educativo. Os brinquedos tradicionais ainda lideram a lista de intenções (42%), mas perdem espaço para passeios (32%) e jogos educativos (31%). Em seguida vêm roupas (30%), kits de montar (26%) e livros (26%).
O orçamento, embora reduzido, continua sendo gerido com carinho. Além do presente principal, 32% dos entrevistados planejam celebrar com sorvete, 26% com doces e 24% com cinema ou parques. Um simples passeio ao shopping com direito a pipoca e filme é visto por 59% dos adultos como um presente completo.
Telas que moldam desejos
As telas seguem ditando tendências no imaginário infantil. O YouTube, citado por 54% dos pais, e o TikTok, com 41%, são as plataformas mais consumidas pelas crianças, seguidas por Netflix e Disney+ (26%), WhatsApp (25%) e Instagram (24%).
“A influência do universo digital na infância é inegável e se reflete diretamente nas decisões de consumo. A força de plataformas como YouTube e TikTok cria um ecossistema onde influenciadores ditam tendências e impulsionam o desejo por produtos licenciados. Os pais estão navegando nesse novo cenário, onde a lista de presentes é cada vez mais moldada pela tela do celular”, explica Lígia Mello.
De Luccas Neto a Ana Castela: os ídolos da nova geração
Quase metade dos entrevistados (49%) afirma que as crianças que conhecem seguem influenciadores ou celebridades, quatro pontos percentuais acima de 2024. Luccas Neto (17%) e Felipe Neto (12%) continuam dominando o topo da lista, mas Ana Castela desponta como fenômeno entre os pequenos, subindo de 2% para 6%, empatando com Enaldinho (6%).
Outros nomes populares incluem Turma da Bagunça (6%), Emily Vick (4%), Gato Galáctico (4%), Jazzghost (3%), Maria Clara e JP (3%) e Felca (3%).
Os personagens do momento
Entre os personagens mais queridos das crianças em 2025, Stitch aparece em primeiro lugar (18%), seguido de Homem-Aranha (8%), Patrulha Canina (8%) e Turma da Mônica (5%), comprovando que os clássicos nacionais seguem firmes no imaginário infantil. Para 44% dos adultos, as escolhas de presentes são fortemente influenciadas por personagens licenciados — de mochilas a roupas e doces temáticos.
Quem presenteia e quanto gasta
Entre os adultos, 49% afirmam que os sobrinhos serão os principais presenteados, seguidos dos filhos (32%), afilhados (20%) e netos (19%). Metade dos entrevistados acredita que a idade ideal para receber presentes vai até os 10 anos, embora 21% defendam que “todo mundo tem uma criança dentro de si”.
Mesmo com o bolso apertado, 16% afirmam que não vão deixar de comprar algo simbólico. O gasto médio deve ficar entre R$ 100 e R$ 250 para a maioria, com apenas 18% dispostos a desembolsar de R$ 250 a R$ 500 e uma minoria (4%) disposta a ultrapassar a faixa dos R$ 1.000.
Crianças mais críticas, conectadas e conscientes
Além dos hábitos de consumo, a pesquisa da Hibou também traça o perfil da nova geração. Para 35% dos adultos, as crianças de hoje são mais questionadoras do que as de outras épocas. Cerca de 32% já aprendem um novo idioma desde cedo e 26% têm contato frequente com a natureza.
Essa geração também influencia o comportamento dentro de casa: 15% ajudam a escolher produtos alimentares, 15% demonstram preocupação ambiental maior que a dos pais e 14% costumam trazer novos assuntos para o debate familiar.
“As crianças estão mais conscientes e participativas. Elas formam opinião, influenciam escolhas e têm uma relação ativa com marcas, conteúdo e hábitos da casa”, observa Lígia Mello.
Resumo:
A pesquisa da Hibou mostra que 49% dos brasileiros têm menos para gastar neste Dia das Crianças, mas não abrem mão de celebrar. Passeios, jogos educativos e experiências ganham espaço na lista de presentes, com orçamento médio de até R$ 250. A influência digital segue forte, com YouTube e TikTok moldando desejos e ídolos da nova geração.
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