Por Renan Pereira e Lígia Menezes
Gaby Cabrini cativa o público com sua maneira respeitosa de opinar sobre o dia a dia dos famosos – mas nem sempre é fácil. No Fofocalizando, por exemplo, já conviveu com algumas saias justas ao ter que dar notícias desagradáveis. “Acho que todo jornalista de entretenimento passa por isso. Nesses casos, tento ser o mais respeitosa possível e me concentro no fato, sem invadir demais a intimidade. É um exercício diário de empatia”, afirma.
Agora, em novo desafio no The Voice Brasil, do SBT e na Disney+, ela é responsável pela cobertura dos bastidores – ou seja, por contar a trajetória de cada participante ao público – e isso pode formar a opinião das pessoas antes mesmo delas o ouvirem cantando. “Dei meu máximo para extrair e mostrar a essência de cada pessoa para vocês. Duro que a gente se apega e se conecta com cada um deles, fico nos bastidores sofrendo e torcendo muito”, revela.
Gaby, você é filha de um dos principais jornalistas investigativos do país. Como foi para você crescer tendo esta referência? Já se comparou com seu pai?
Crescer com essa referência foi uma grande escola. Eu sempre admirei muito o trabalho do meu pai, mas desde cedo entendi que o meu caminho seria diferente. Ele me inspira pela ética, pela seriedade e pela dedicação à notícia. Já me comparei, claro, mas com o tempo aprendi que cada um tem sua própria identidade. Tenho muita sorte de ter ele pra me dar conselhos valiosos. Hoje, levo comigo a essência do que ele me ensinou, mas com a minha forma de comunicar.
Neste sentido, quais foram as dificuldades para você conquistar o seu espaço e sua identidade dentro do jornalismo?
Acredita que muita gente não sabia que eu era filha do Cabrini. Meu pai sempre foi muito reservado, então, não crescemos expostos. A maior dificuldade de ser a filha desse gigante do jornalismo é justamente desvincular-se da ideia de ‘ser apenas a filha de’. Conquistar o carinho do público através do meu trabalho.
Tive que provar, em cada oportunidade, que tinha capacidade de construir minha carreira, sigo provando isso. Sempre digo que sou muito sortuda de ser filha de um mestre do jornalismo, isso abre portas, sim, indiscutivelmente um privilégio, mas não segura aberta, com o público não tem essa. O telespectador precisa ser conquistado e para que isso aconteça você não pode viver na sombra de alguém, tem que provar para que veio.
No Fofocalizando, você sempre mantém uma postura respeitosa sobre os assuntos. Como manter a elegância, mesmo diante de momentos e assuntos adversos?
A graça do Fofocalizando está justamente no fato de você sempre encontrar em um de nós uma opinião parecida com a de quem está assistindo. Um programa popular em que as opiniões e os perfis são completamente diferentes uns dos outros. Esse é o tempero especial do Fofocalizando. Cartolano, Paulista, Cariúcha, Carioca, Matheus Baldi, Mineiro, Thayse Teixeira, Nordestina e um elenco especial orquestrado pelo nosso grande maestro Márcio Esquilo. Eu acredito que a elegância está muito ligada ao respeito. Quando você entende que por trás de uma notícia existe uma pessoa, uma família, fica mais natural ter cuidado com as palavras. Não é fácil encontrar uma maneira de se posicionar sem perder a empatia. Hoje acredito que encontrei uma maneira de me posicionar, dou minha opinião sincera mas sem desrespeitar ninguém e não perder a essência.
Você assumiu a co-apresentação do The Voice. Como estava a expectativa para essa nova etapa da carreira? O que o público pode esperar de você nessa função?
Estou muito animada! Muito grata ao SBT, à Disney e ao Boninho. Aprender com o Boninho e o Thiago Leifert é um privilégio gigantesco. Os técnicos vocais também são artistas com carreiras consagradas. Resumindo, estou no meio de gigantes e só gente que eu admiro demais! O The Voice é um programa que emociona o país e mexe com os sonhos de pessoas reais!
Sou responsável pela cobertura dos bastidores, faço a entrevista com os participantes antes deles pisarem no palco. No The Voice a gente se apaixona antes pela história e depois se surpreende com a voz. A minha missão é contar essas histórias da maneira mais verdadeira e humana possível. Dei meu máximo para extrair e mostrar a essência de cada pessoa para vocês. São sonhos reais e pessoas excepcionais.
O público pode esperar uma Gaby ainda mais conectada com as histórias de vida e pronta para viver essa experiência junto com eles. Duro que a gente se apega e se conecta com cada um deles, fico nos bastidores sofrendo e torcendo muito.
Você se formou em jornalismo nos EUA, mas fez sua carreira aqui. Você não sentiu vontade de trabalhar e viver fora? O que te motivou a viver no Brasil?
Senti vontade, sim. Lá fora aprendi muito, mas o meu coração sempre falou mais alto pelo Brasil. Eu amo nossa cultura, nossa forma de nos comunicarmos, e sabia que era aqui que eu queria construir minha história.
O que você mais gosta da cultura brasileira?
A alegria. Nós temos a capacidade de transformar até os momentos difíceis em esperança. Isso está na música, na comida, nas festas populares. Eu acho lindo como a gente sempre encontra um motivo para celebrar.
Gaby, você é vaidosa? Como é sua rotina de beleza?
Eu amo um óleo, óleo de Jojoba, de coco, lavanda e uma babosa no cabelo. Nunca durmo de maquiagem, durmo com o rosto untado de creme e sempre me vigio na questão da água.
Ainda sobre beleza, nesse momento no qual vivemos uma “era de procedimentos”, qual a sua opinião sobre os preenchimentos, botox, plásticas?
Eu acho que os procedimentos estão aí para nos ajudar a realçar o que já temos de melhor. Desde que feitos com bons profissionais e de forma consciente, eles podem ser grandes aliados da autoestima. Sou a favor de cada um buscar o que faz se sentir bem, sem julgamentos. Com bons profissionais a gente não perde a mão e realça os nossos traços.
Na vida pessoal, o que você deseja para os próximos meses e anos?
Desejo mais equilíbrio. Quero continuar crescendo profissionalmente, mas também viver intensamente os momentos fora da tela. Para mim, sucesso só tem sentido quando conseguimos equilibrar todos os nossos pratinhos e estar realmente presente e conectados com quem amamos. A tecnologia é incrível, veio para somar, mas o estar 100% presente com quem amamos é fundamental.
Já teve alguma notícia sobre a vida de terceiros que você ficou desconfortável em dar? Como lidou com isso?
Sim, já aconteceu. Acho que todo jornalista de entretenimento passa por isso. Nesses casos, tento ser o mais respeitosa possível e me concentro no fato, sem invadir demais a intimidade. É um exercício diário de empatia.
Sobre inimizades: atuar com entretenimento pode criar algumas. Já aconteceu com você?
Sei que nem sempre agradamos a todos, o importante é ter consciência de que estamos fazendo o nosso trabalho com verdade e respeito. Quando existe ética e empatia, não tem muito espaço para conflitos pessoais.
A matéria acima foi produzida para a revista AnaMaria Digital (edição 1490, de 10 de outubro de 2025). Se interessou? Baixe agora mesmo seu exemplar da Revista AnaMaria nas bancas digitais: Bancah, Bebanca, Bookplay, Claro Banca, Clube de Revistas, GoRead, Hube, Oi Revistas, Revistarias, Ubook, UOL Leia+, além da Loja Kindle, da Amazon. Estamos também em bancas internacionais, como Magzter e PressReader.
