Por Renan Pereira e Lígia Menezes
Cátia Fonseca deixou a zona de conforto para trás. Aos 56 anos, após encerrar um contrato de sete anos com a Band, ela encarou o desafio da Dança dos Famosos, na Globo. Apesar da eliminação, a apresentadora garante que o processo valeu mais do que o resultado. “Quem diria que eu, aos 56 anos, teria tamanha dedicação física? É justamente isso que dá graça: mostrar que tudo é possível quando estamos de peito aberto”, afirma.
Longe da TV diária, a apresentadora tem aproveitado a liberdade para se dedicar ao seu canal no YouTube, revisitar antigos projetos e planejar novas fases. “Hoje, ser dona do meu próprio tempo tem sido meu maior ganho”, diz ela, que não confirma rumores sobre uma possível permanência na Globo, mas não descarta novidades.
Você disse recentemente que está começando do zero. O que isso realmente significa na vida de uma apresentadora bem-sucedida como você?
Significa romper com a zona de conforto e buscar novos desafios. Tudo o que faço, me entrego de corpo e alma, com amor e dedicação. Mas nunca me permiti cair na mesmice. Sou movida a desafios. Mesmo com tantos anos de carreira, o frio na barriga antes de começar algo novo é o que me impulsiona. É ele que me faz crescer e seguir adiante.
Você acha mais fácil recomeçar depois de já ter um estilo e uma bagagem? Ou está sendo mais difícil?
Sair da zona de conforto é sempre o mais difícil, porque estamos acostumados a não “mexer em time que está ganhando”. Recomeçar nunca é simples, mas é essencial. É nesse processo que a gente descobre novos mundos, novas possibilidades – e até a nós mesmos. Quem diria que eu, aos 56 anos, teria tamanha dedicação física? Quem imaginaria que eu encararia um desafio tão distante da minha realidade? Mas é justamente isso que dá graça: mostrar que tudo é possível quando estamos de peito aberto.
E o mais especial foi ver outras mulheres se sentindo inspiradas a dar seus próprios passos depois de me verem no Dança dos Famosos. Isso faz tudo valer ainda mais a pena.
O que você definitivamente deixou para trás nesta nova fase?
Deixei a zona de conforto. Hoje, escolhi me abrir para o novo, para o que me dá frio na barriga e me move a superar limites.
Você mantém um canal atualmente no YouTube, mas obviamente com uma dimensão menor do que na TV. O que está achando desse novo formato? Da conexão com o público?
Mas o que é “menor”? Para mim, são apenas linguagens diferentes. O YouTube tem a potência de chegar a qualquer canto do mundo, enquanto a TV tem seu espaço gigante e tradicional. São mídias de gerações distintas, e o que me encanta é poder falar com pessoas em todas elas. É mergulhar de cabeça no novo, mas com o coração no lugar onde cresci como apresentadora. No fim, amo me comunicar, não importa onde, nem como.

Você se sente cansada por estar recomeçando? Com medo? Pode nos dar dicas de como driblar as emoções negativas?
Cansada? De jeito nenhum! O que sinto é motivação. Para recomeçar, é preciso ter clareza do que se quer e estar de mente e coração abertos.
Na vida, as possibilidades são muitas, inclusive, as negativas. Cabe a nós escolhermos qual caminho seguir. Tudo se resume a escolhas. E eu sempre escolho o que me leva para cima.
Pensar pequeno e pensar grande dão o mesmo trabalho, então, eu prefiro sempre sonhar alto e manter o foco no positivo.
Como você não está gravando todo dia ao vivo, como está sua relação com seus filhos? Está passando mais tempo com eles?
Meus filhos já são adultos, com suas próprias vidas e famílias. Nesta temporada no Rio, acabamos nos vendo menos pessoalmente, mas o contato pelo celular é constante.
Para mim, família não é só presença física, é presença de coração. E meu coração está sempre com eles, com minha mãe e com todos os meus familiares. Eu acredito muito na qualidade do tempo juntos, não apenas na quantidade.
Tem algum plano ou sonho antigo que você está resgatando nesta fase de recomeço?
Sim! Voltei com meu canal no YouTube depois de sete anos parado. Gosto da liberdade de produzir no meu tempo, do meu jeito e de onde eu estiver.
Também quero viajar mais, conhecer novos lugares e, se pudesse, passaria temporadas vivendo em hotéis pelo mundo. Hoje, ser dona do meu próprio tempo tem sido meu maior ganho.
O mundo dos famosos é cheio de especulações. Como você se blinda para lidar com isso?
Com a verdade. Comigo não existe meia-verdade. Sou transparente em todas as situações.
Só absorvo o que realmente faz sentido e agrega. Não vivo de aparências. O que você vê é exatamente quem eu sou, em qualquer lugar.
Como você protege sua intimidade e privacidade diariamente? E, já que esse é um assunto em pauta, como protegeu a privacidade dos seus filhos na infância?
Sempre joguei de forma aberta com o meu público, e isso criou respeito e uma conexão verdadeira. Eles sempre perceberam quando eu estava bem ou não e souberam respeitar meus limites, assim como eu respeito os deles.
Já meus filhos, desde cedo, deixaram claro que não queriam uma vida pública. Eu respeitei. Nunca expus, nunca falei por eles. Acredito que tem que ser bom para todos os lados. E se essa foi a escolha deles, meu papel como mãe é apoiar.
A matéria acima foi produzida para a revista AnaMaria Digital (edição 1487, de 19 de setembro de 2025). Se interessou? Baixe agora mesmo seu exemplar da Revista AnaMaria nas bancas digitais: Bancah, Bebanca, Bookplay, Claro Banca, Clube de Revistas, GoRead, Hube, Oi Revistas, Revistarias, Ubook, UOL Leia+, além da Loja Kindle, da Amazon. Estamos também em bancas internacionais, como Magzter e PressReader.