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Início Entrevista

Aline Borges: mulher raiz

Aline Borges celebra conquista de espaço de destaque merecido e abre caminho para que outras mulheres negras se imaginem grandes! 

Lígia Menezes Por Lígia Menezes
19/07/2025
Em Entrevista
Aline Borges: mulher raiz. Foto: Diego Baptista

Aline Borges: mulher raiz. Foto: Diego Baptista

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Por Renan Pereira e Lígia Menezes

Com quase 30 anos de carreira na TV, Aline Borges vive um momento potente e, ao mesmo tempo, simbólico. Depois do sucesso como Zuleica em Pantanal, ela brilha como a vilã Tânia em Dona de Mim. Seu talento, antes preso em papéis secundários, finalmente ganha o espaço merecido em tramas de destaque, reflexo de uma mudança no olhar da TV brasileira e de uma nova consciência racial dos telespectadores.

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Nessa entrevista, Aline fala sobre o processo de se reconhecer como mulher negra e o orgulho de quem soube ressignificar sua trajetória. “Precisamos nos imaginar grandes, porque é isso que a gente é”, afirma.

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Na vida pessoal, a atriz também tem vivido transformações. Ao completar 50 anos, reconhece devagar os sinais da menopausa, fala sobre o desejo de envelhecer com saúde e a escolha de criar a filha Nina com liberdade e consciência, ainda que o mundo nem sempre seja gentil. “O que a gente pode fazer é dar ferramentas para que nossas filhas saibam quem são”, conta.

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Você trabalha há trinta anos na TV e, nos últimos anos, teve grande destaque nas novelas, como a Zuleica em “Pantanal” e “Dona de Mim”. Você acha que o aumento da consciência sobre inclusão abriu portas para artistas negros talentosos que já estavam aí, mas precisavam de mais oportunidades?
Eu acho que a gente está colhendo frutos hoje que foram plantados há muitos anos por Abdias do Nascimento, Léa Garcia, Dona Ruth de Souza… Acredito, sim, que estamos vivendo um momento bonito, mas é fundamental olhar para trás e lembrar que só estamos aqui porque teve uma galera que resistiu lá atrás, lutando, acreditando que podia mais, sabe? É muito importante que nós, que temos a chance de aparecer, que temos oportunidade de estar nesses espaços, levemos isso no nosso discurso, na nossa fala. Precisamos enaltecer quem veio antes, quem abriu caminhos. E assim, damos continuidade à luta. Porque o que temos conquistado ainda é muito pouco diante do que é nosso por direito. A gente precisa ter essa consciência. Precisamos nos imaginar grandes, porque é isso que a gente é.

Qual foi seu “ponto de virada” na TV? Teve algum papel que te marcou especialmente?
Ah, eu sempre falo da Lacraia. Ela me marcou muito. Foi um dos meus primeiros contratos longos na TV, na Record, com a série A Lei e o Crime. Na época, eu ainda não me reconhecia como uma mulher negra, mas estava ali dando vida a uma menina da periferia, negra, com tranças no cabelo. Muitas meninas negras já se viam naquela personagem, antes mesmo de eu me enxergar. Foi um trabalho em que pude mostrar mais do meu potencial, e a personagem foi crescendo na trama. O reconhecimento veio rápido, nas ruas mesmo. Quase virou filme! Até hoje, muitos anos depois (foi em 2009) as pessoas me reconhecem por ela. Esses dias, eu estava no sinal, aqui na Taquara, parou um carro cheio de jovens ao meu lado. Eles começaram a olhar, e alguém gritou de dentro: ‘Lacraia!’. Eu fiquei pasma. Foi uma personagem que realmente marcou a vida de muita gente, e, claro, a minha também. Mais tarde, quando eu entendi a minha negritude, tudo fez sentido. Inclusive, a chegada dessa personagem na minha vida. Tenho um carinho muito especial por ela.

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Como sua filha, Nina, lida com seu trabalho na TV? Pode nos contar um pouco sobre ela?
A Nina é uma formosura. Uma riqueza nas nossas vidas. Está com 13 anos, naquela fase de transição para a adolescência, tímida, na dela. Mas acompanhou minha profissão desde sempre, nasceu nesse ambiente. Quando engravidei, estava terminando uma novela na Record. Então ela cresceu entre coxias, set de filmagem, bastidores. Está muito acostumada. Por outro lado, foge das câmeras, das fotos, quer distância mesmo. Mas admira. Quando vê uma cena minha de que gosta, ela comenta: ‘Mãe, você arrasou’. Fica feliz, vibra. Mas não quer os holofotes. Por isso você nem vê a Nina nas minhas redes. Eu adoraria apresentá-la ao mundo, mas escolhi respeitar o mundo dela.

Em um post sobre sua mãe, que teve cinco filhos, você diz que ela abdicou de muitos sonhos para cuidar da casa e da família. Já conversou com ela sobre isso? Como você vê essa diferença geracional?
Já conversamos muitas vezes. Acho importante olharmos para nós mesmas e entendermos o que de fato queremos. Nós, mulheres, fomos educadas a abrir mão dos nossos sonhos para servir ao outro, ao marido, à casa, aos filhos. Minha mãe é desse tempo, casada há mais de 60 anos. Abriu mão da profissão, das escolhas. Se você perguntar se ela é feliz com isso, acho que ela vai dizer que gostaria de ter feito diferente. Mas foi o que ela conseguiu dar conta. E eu sempre tento mostrar que está tudo bem. Que ela deu o que podia. E que o que podemos mudar agora é o nosso olhar, para que quem vier depois enxergue mais do que a gente foi capaz de ver.
Minha mãe me ensinou, pela vivência, que eu precisava escolher por mim. Ela talvez não tenha consciência disso, mas me ensinou vivendo. Hoje eu tenho minha profissão, minha vida, não abro mão das minhas escolhas. E acho que isso é uma conquista geracional. Minha filha, por exemplo, já está muito mais emancipada do que eu fui. A cabeça dela está mais à frente, com tudo o que ela vê e ouve no mundo de hoje. A gente evolui assim, de geração em geração, passando adiante as histórias e os aprendizados.

Recentemente, você completou 50 anos. Como essa idade chegou pra você? Como tem lidado com a menopausa?
Olha, sendo bem sincera, eu nem sei se estou na menopausa. Fiz 50 anos agora e estou começando a procurar uma ginecologista, ou uma endócrino, pra entender melhor o que está acontecendo. Não porque esteja sentindo algo que me incomoda, mas algumas coisinhas suaves apareceram, sabe? Uma irritabilidade persistente, baixa libido, cansaço, variação de humor… tudo de forma leve. Mas estão aqui. Então vou buscar ajuda. Tem reposição hormonal, tem formas de se cuidar. Eu quero envelhecer com saúde, mais do que com a pele esticada. Quero estar bem da mente. Se minha mente estiver sã, eu vou olhar no espelho e me achar linda. A natureza é tão perfeita que até a vista vai ficando embaçada com o tempo. Às vezes me olho no espelho sem óculos e me acho linda. Tiro a maquiagem, vou dormir me achando maravilhosa. Aí, no dia seguinte, com o óculos, vejo as rugas, os sinais… e já vem um incômodo. Por quê? Porque nos ensinaram que a beleza está na juventude, na pele lisa. Isso é muito cruel. A gente precisa tomar cuidado com o que foi construído na nossa cabeça. Então, vamos respeitar a natureza.

Tânia é seu primeiro papel como vilã. Como tem sido construir essa personagem? Quais são suas referências?
Quando me perguntam como é fazer uma personagem que ‘precisa ser odiada’, eu já questiono. Não acho que um vilão seja construído para ser odiado. Ele é construído para fazer o que tem que fazer. Ser odiado ou amado vai depender do ponto de vista de quem assiste. Você pode amar um vilão, mesmo que ele faça coisas horríveis, esse é o poder da vilania! A manipulação. O encanto. Minhas inspirações foram essas grandes vilãs da teledramaturgia: Carminha, Bia Falcão… inclusive, a autora Ana Carolina escreveu uma cena linda em que a Tânia cita o “perrengue chique” da Bia, em homenagem à Fernanda Montenegro. Foi emocionante! Mas também me inspiro na vida real. Tem muita vilania no nosso dia a dia, e às vezes é dali que vem o combustível para criar a personagem.

Aline Borges: mulher raiz. Foto: Diego Baptista
Aline Borges: mulher raiz. Foto: Diego Baptista

Você poderia compartilhar com nossas leitoras dicas de beleza, saúde e bem-estar?
Pra mim, a melhor dica de beleza é silenciar o externo e ouvir o que sua alma quer. Quando você se conecta com seu desejo mais puro, mais genuíno, tudo fica mais belo. O olhar suaviza. Quando a gente suaviza o olhar, tudo fica mais leve. Se hoje o que vai me trazer bem-estar é uma aula de yoga, então, é isso que vou fazer. Vamos nos conectar com nossos quereres reais. Vamos beber água, dormir bem, se alimentar bem, namorar, sorrir, ouvir música, ler um livro… Cuidar da gente com amor.

Você fala com firmeza sobre a questão racial. Como foi o processo de construção da sua consciência racial, da ancestralidade e do orgulho de ser quem é?
A arte me salvou. Eu demorei 40 anos pra entender que sou uma mulher negra, de pele clara, mas negra. Poderia ter vivido a vida inteira achando que era branca, sem letramento racial. Mas o teatro me resgatou. Quando fiz Contos Negreiros do Brasil, dirigido pelo Rodrigo França, era um espetáculo só com atores negros, contando histórias reais da negritude brasileira. E eu estava ali. No início, fiquei confusa. Mas durante o processo, entendi por que estava ali. No final, o diretor pediu que cada um escrevesse um monólogo. Eu escrevi sobre a minha história, sobre ter crescido achando que era branca, tendo um irmão gêmeo negro retinto, e como foi esse processo de reconstrução da identidade aos 40 anos. Foi um divisor de águas. A partir daí, comecei a resgatar minha trajetória, a dos meus ancestrais, das minhas avós, e tudo fez sentido. Toda a força que eu sentia em mim era ancestral. Por isso falo tanto disso. Precisamos entender de onde viemos, para ressignificar o que nos foi negado. Somos potência, resistência, cultura, arte, tecnologia. Precisamos de letramento racial para acessar essa força toda.

Como você instrui sua filha a lidar com o preconceito?
A gente educa, sim, mas o mundo lá fora é muito cruel. Mesmo com todo o esforço para ensinar autoestima, identidade, ancestralidade, ainda assim vemos nossas crianças querendo alisar o cabelo para serem aceitas. Minha filha passou por isso. Voltou da escola triste porque chamaram ela de bruxa por estar com o cabelo solto, armado. Queria alisar. A escola, muitas vezes, também é um ambiente violento. Então, acho que instruir ajuda, claro. Mas proteger de fato, evitar que a violência aconteça? Isso não está nas nossas mãos. O que a gente pode fazer é dar ferramentas para que nossas filhas saibam quem são e saibam se defender. Mesmo que o mundo insista em machucá-las.

A matéria acima foi produzida para a revista AnaMaria Digital (edição 1475, de 27 de junho). Se interessou? Baixe agora mesmo seu exemplar da Revista AnaMaria nas bancas digitais: Bancah, Bebanca, Bookplay, Claro Banca, Clube de Revistas, GoRead, Hube, Oi Revistas, Revistarias, Ubook, UOL Leia+, além da Loja Kindle, da Amazon. Estamos também em bancas internacionais, como Magzter e PressReader.

Tags: Aline Borgesentrevista
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Lígia Menezes

Lígia Menezes

Lígia Menezes (@ligiagmenezes) é jornalista, pós-graduada em marketing digital e SEO, casada e mãe de um menininho de 3 anos. Autora de livros infantis, adora viajar e comer. Em AnaMaria atua como editora e gestora. Escreve sobre maternidade, família, comportamento e tudo o que for relacionado!

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