Um estudo publicado na revista Science mostra que bebês formam memórias desde cedo, mas elas podem se tornar inacessíveis com o tempo. A pesquisa monitorou a atividade cerebral de 26 bebês ao observarem imagens de rostos, objetos e paisagens, revelando que, a partir de um ano, o hipocampo já participa da organização das memórias. Mesmo assim, a maioria das pessoas não se recorda do que viveu antes dos três anos, fenômeno conhecido como amnésia infantil.
Cientistas explicam que, nos primeiros anos, o hipocampo ainda está em desenvolvimento, o que pode comprometer o armazenamento em longo prazo. Além disso, mudanças estruturais no cérebro durante o crescimento tornam essas lembranças mais difíceis de acessar. Estudos sugerem que algumas memórias podem persistir até os três anos, mas perdem-se gradualmente depois disso.
Os achados reforçam a importância das primeiras experiências, que, mesmo inacessíveis à memória consciente, influenciam a formação de vínculos, a rotina e o aprendizado. Cada gesto e cada estímulo no início da vida ajudam a moldar o cérebro e impactam como nos relacionamos no futuro.
O papel dos pais na formação das primeiras memórias
Mesmo que o bebê não se lembre conscientemente, interações afetuosas e estímulos positivos fortalecem conexões cerebrais ligadas à confiança e à segurança emocional. Rotinas estáveis, voz calma e contato visual frequente ajudam o cérebro a associar cuidado e acolhimento a sensações de bem-estar, o que influencia o comportamento e os vínculos ao longo da vida.
Como as lembranças se formam
As memórias dependem da integração entre o hipocampo, responsável por armazenar experiências, e o córtex cerebral, que organiza essas informações. Com o crescimento, novas conexões substituem as antigas, o que pode explicar a dificuldade em acessar recordações da primeira infância. Esse processo de “reescrita” neural é natural e essencial para o aprendizado.
Quando as memórias começam a se fixar
Pesquisas indicam que, entre os 3 e 4 anos, o cérebro atinge maturidade suficiente para formar memórias autobiográficas mais duradouras. É nessa fase que as crianças começam a recontar eventos e a reconhecer o próprio passado — um marco importante no desenvolvimento cognitivo e emocional.
A matéria acima foi produzida para a revista AnaMaria Digital (edição 1487, de 19 de setembro de 2025). Se interessou? Baixe agora mesmo seu exemplar da Revista AnaMaria nas bancas digitais: Bancah, Bebanca, Bookplay, Claro Banca, Clube de Revistas, GoRead, Hube, Oi Revistas, Revistarias, Ubook, UOL Leia+, além da Loja Kindle, da Amazon. Estamos também em bancas internacionais, como Magzter e PressReader.