Pais de crianças pequenas costumam se deparar com uma decisão importante: vale mais investir em uma escola bilíngue ou em um curso de inglês? A resposta não é única e depende de objetivos pedagógicos, rotina familiar e da forma como cada criança responde ao contato com diferentes estímulos. Segundo especialistas da Red Balloon, esses modelos não competem entre si, mas atendem necessidades distintas e influenciam o desenvolvimento de maneiras diversas.
Como funciona o ensino em uma escola bilíngue
Nas escolas bilíngues, o inglês aparece ao longo de toda a rotina, e não apenas como disciplina isolada. Na educação infantil, a carga horária destinada ao segundo idioma costuma variar de 30% a 50%. Isso significa que brincadeiras, músicas, instruções e interações diárias acontecem em inglês, criando um tipo de imersão que favorece compreensão, fala espontânea e formação de repertório linguístico desde cedo.
“Quando a criança interage com o inglês todos os dias, ela aprende a usar a língua durante o processo natural de entendimento de si e do seu entorno. Isso ajuda a desenvolver autonomia e confiança”, diz Claudia Peruccini, gerente pedagógica da Red Balloon.
Esse contato frequente também estimula habilidades cognitivas. Pesquisas nacionais mostram que crianças bilíngues tendem a aprimorar atenção, memória de trabalho e flexibilidade mental. Alternar entre dois sistemas linguísticos exige seleção de sons e regras, o que fortalece consciência metalinguística.
Claudia afirma que a língua materna segue preservada quando há estímulo adequado. “Diferentes estudos e nossa própria prática atestam que a língua materna também se mantém sólida, basta a criança receber apoio e estímulo adequados. O que muda é que ela lida com mais informações e vocabulário, o que amplia seu repertório cognitivo”, diz.

O que os cursos de idiomas oferecem?
Nos cursos extracurriculares, as aulas são mais curtas, variando entre 30 e 75 minutos dedicados ao aprendizado do inglês. O foco intenso na língua contribui para aperfeiçoar referências sonoras, visuais e culturais. “Os cursos extracurriculares de inglês têm o potencial de complementar a experiência de contato e imersão com a língua inglesa realizados no ensino bilíngue. Quando envoltos em estímulos e comunicação integralmente no idioma estudado, as referências sonoras, visuais e culturais ganham ainda mais solidez e completude”, destaca Daniela Villela, diretora-executiva da Red Balloon.
Mesmo com menor contato semanal, a criança passa por processos cognitivos: escuta ativa, imitação, associação de palavras a contextos e percepção fonética. A leitura e a escrita surgem de forma gradual, mas o contato inicial prepara o terreno para a alfabetização no idioma.
Como decidir qual formato atende melhor sua família?
Escolas bilíngues entregam imersão contínua, integração entre conteúdos e uso espontâneo da língua. Já os cursos de idiomas oferecem flexibilidade, menor custo e introdução gradual ao inglês.
Independentemente do formato, o envolvimento da família e o acompanhamento de educadores são essenciais para que a experiência seja positiva e contribua para o desenvolvimento integral.
Ser bilingue atrapalha o aprendizado da lingua portuguesa?
Um receio comum é o possível prejuízo ao domínio da língua materna. As especialistas esclarecem que isso não ocorre quando há estímulo adequado. Crianças bilíngues mantêm bom desempenho em português e ainda ampliam vocabulário em inglês. O que muda é a quantidade de informações processadas, o que pode favorecer habilidades metalinguísticas e cognitivas.
Resumo:
Escolas bilíngues trazem imersão diária no inglês, fortalecem autonomia e estimulam habilidades cognitivas. Cursos de idiomas oferecem aulas focadas, flexibilidade e construção gradual do repertório. Ambos podem impactar positivamente o português e o desenvolvimento geral, desde que alinhados às necessidades da família e da criança.
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