O número de homicídios de bebês e crianças de até 4 anos aumentou 15,6% em 2023, segundo o Atlas da Violência 2025. A taxa chegou a 1,2 casos por 100 mil habitantes, o maior índice desde 2020. Nos últimos dez anos, mais de 2 mil crianças dessa faixa etária foram vítimas no país.
Principais causas e desafios de registro
Os dados mostram que instrumentos não identificados estão no topo da lista, responsáveis por 36,6% das mortes. Em seguida aparecem projéteis de arma de fogo (20,3%) e objetos contundentes (19%), capazes de causar lesões graves por impacto, como hematomas e lacerações.
A alta quantidade de registros com causas “desconhecidas” é um sinal de falhas na coleta de informações, dificultando o planejamento de ações preventivas e a elucidação dos crimes.
Violência dentro de casa
A residência é o principal cenário dessas ocorrências, reunindo 67,8% dos casos. Em quase 80% das notificações, os agressores são parentes ou conhecidos da criança. Mesmo quando não há fatalidade, os impactos emocionais e físicos podem ser graves e permanentes.

Barreiras culturais
A chamada “disciplina punitiva” ainda é culturalmente aceita em algumas regiões, reforçando a violência doméstica. Essa tolerância social contribui para que casos não sejam denunciados e para que a violência se perpetue como método de educação.
O Agosto Verde, instituído pela lei 14.617 de 2023, busca chamar atenção para a importância dos primeiros anos de vida. A fase, que vai do nascimento até os seis anos, é decisiva para o desenvolvimento humano e requer cuidados especiais para garantir segurança e bem-estar.
No início de agosto, foi lançada a Política Nacional Integrada da Primeira Infância (PNIPI), coordenada pelo Ministério da Educação. O programa reúne ações para garantir proteção e desenvolvimento integral de crianças de 0 a 6 anos, envolvendo diferentes áreas do governo.
Resumo:
O crescimento de 15,6% nos homicídios de bebês e crianças até 4 anos em 2023 alerta para a necessidade de medidas preventivas e mudanças culturais. Campanhas como o Agosto Verde e políticas nacionais podem ajudar a reforçar a proteção e o desenvolvimento na primeira infância.
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