O ensino integral vem conquistando cada vez mais espaço nas escolas brasileiras — e não é por acaso. Mais do que simplesmente ampliar a jornada escolar, ele oferece oportunidades únicas de aprendizado, ajudando os alunos a desenvolver tanto o lado acadêmico quanto as competências socioemocionais. Segundo o Censo Escolar 2024, divulgado pelo Ministério da Educação (MEC), o ensino integral na rede privada cresceu 4,7% em relação ao ano anterior, e na rede pública o número de matrículas chegou a 7,9 milhões, um aumento de 8,5% em comparação a 2023.
Para Ana Paula Maccafani, Diretora Pedagógica da Escola Mais, o modelo vai muito além das horas extras na escola. “Na prática, o período integral permite que os estudantes vivenciem uma rotina equilibrada entre disciplinas acadêmicas, atividades práticas e projetos interdisciplinares. Com mais tempo na escola, os alunos aprendem mais conteúdos ao mesmo tempo que desenvolvem autonomia e habilidades socioemocionais”, diz a pedagoga.
Qual perfil de crianças se beneficia do ensino integral
É comum imaginar que apenas certos perfis se adaptam ao ensino integral, mas, de acordo com Ana Paula, isso não é verdade. O que precisa se ajustar mesmo é a rotina da família. Esse modelo funciona muito bem para quem aposta na formação integral, que vai além do conteúdo tradicional e traz experiências diversificadas, como metodologias ativas, atividades mão na massa e desenvolvimento de competências socioemocionais.
Alunos do ensino integral tendem a ser mais criativos, proativos e colaborativos. A convivência diária com colegas e professores também ajuda a fortalecer habilidades de adaptação, essenciais tanto na vida escolar quanto no convívio social.
Benefícios do ensino integral para crianças e famílias
O ensino integral é especialmente interessante para famílias em que os pais trabalham o dia todo. Ele garante que as crianças tenham acesso a atividades que estimulam a criatividade, a socialização e a autonomia. Outro ponto positivo é que o modelo estimula o protagonismo dos estudantes. Com mais tempo para projetos interdisciplinares e atividades práticas, eles aprendem a tomar decisões, resolver problemas e desenvolver soluções criativas para situações do dia a dia.
Para as crianças, o ensino integral não significa apenas mais tempo na escola. É uma oportunidade de descobrir novos interesses, aprender a conviver em grupo e explorar talentos em áreas como arte, música e esporte.

Quando o ensino integral pode não ser a melhor escolha
Apesar das vantagens, o ensino integral não é indicado para todas as crianças. Algumas podem se incomodar com mudanças frequentes de ambiente ou com excesso de estímulos, como barulho e atividades simultâneas, como nos casos de crianças atípicas. Para elas, períodos mais curtos em casa podem ajudar a manter uma rotina mais tranquila e adequada às necessidades individuais.
Por isso, é importante lembrar que mais tempo na escola nem sempre significa mais aprendizagem. Cada criança tem seu ritmo, e o ensino integral precisa ser avaliado considerando bem-estar, interesses e personalidade.
Como escolher a escola de ensino integral ideal
Antes de decidir pelo ensino integral, é essencial que os pais avaliem alguns pontos. Primeiro, a escola precisa estar alinhada com as expectativas da família em relação à metodologia e aos valores pedagógicos. Esse alinhamento ajuda a evitar atritos e favorece a integração entre alunos e instituição.
Também é importante considerar a logística familiar, os custos e a rotina diária. Afinal, a criança passará muitas horas na escola, e a convivência precisa ser prazerosa e estimulante. Quando bem avaliado e escolhido de acordo com o perfil da criança e da família, ele se mostra um modelo eficiente para estimular autonomia, criatividade e protagonismo, preparando os alunos para uma vida mais completa, consciente e feliz.
Resumo: O ensino integral cresce nas escolas brasileiras e vai além de ampliar a jornada escolar: desenvolve autonomia, criatividade e habilidades socioemocionais. Ideal para famílias que buscam uma educação completa, oferece protagonismo estudantil e experiências significativas dentro e fora da sala de aula.
Leia também:
Uso de IA nas escolas apresenta riscos reais








