Nos últimos anos, a discussão sobre velocidade máxima no trânsito ganhou espaço em todo o mundo. No Brasil, o Ministério dos Transportes abriu uma consulta pública para atualizar o Guia de Gestão de Velocidades no Contexto Urbano, que serve de referência para União, estados e municípios. A proposta pretende alinhar o país às recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Banco Mundial, com o objetivo de salvar vidas e diminuir os impactos ambientais.
Por que discutir a redução da velocidade máxima?
A principal justificativa para rever os limites está na prevenção de acidentes graves. Dados da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) mostram que reduzir a velocidade máxima no trânsito pode diminuir em até 30% o número de sinistros. Além disso, cidades como Fortaleza já provaram que a medida não compromete o tempo de deslocamento.
Na capital cearense, a redução de 60 km/h para 50 km/h em algumas avenidas resultou em apenas 6 segundos a mais por quilômetro percorrido, enquanto os atropelamentos caíram 63%. Ao mesmo tempo, a emissão de gás carbônico recuou 7%, mostrando que a mudança também favorece o meio ambiente.
Limites propostos para áreas urbanas
A Senatran recomenda a adoção de limites de 30 km/h em áreas residenciais, onde há grande circulação de pedestres. Já em vias que conectam bairros e regiões, os limites sugeridos variam entre 40 e 50 km/h, desde que haja infraestrutura adequada, como sinalização, faixas de pedestre e iluminação.
Essa proposta segue um padrão adotado por grandes cidades europeias, como Paris e Madrid, onde a redução de velocidade já apresentou resultados positivos tanto em segurança quanto em mobilidade. Segundo o Banco Mundial, quanto menor a velocidade, maior a chance de um pedestre sobreviver em caso de atropelamento.
Impactos ambientais e sociais da redução de velocidade
Mais do que reduzir acidentes, a diminuição da velocidade também contribui para um trânsito mais sustentável. Um estudo realizado em Curitiba, com dados de GPS de voluntários, revelou que trafegar acima do limite gera apenas 3 segundos de economia por quilômetro. Ou seja, a pressa não compensa os riscos.
Além disso, velocidades mais baixas reduzem o consumo de combustível e a emissão de gases poluentes, ajudando as cidades a enfrentarem problemas como aquecimento global e má qualidade do ar. Como consequência, a população se beneficia com melhor qualidade de vida.
Próximos passos da consulta pública
A consulta pública aberta pelo governo federal permanece disponível no site do Ministério dos Transportes até o fim de setembro. A partir dela, especialistas e cidadãos poderão opinar sobre os limites propostos e sugerir melhorias.
O objetivo é construir um modelo de mobilidade mais seguro e eficiente para todos os brasileiros. Afinal, equilibrar rapidez e segurança é um desafio constante, mas possível quando há planejamento e responsabilidade no trânsito.
Resumo: Reduzir a velocidade máxima no trânsito pode salvar vidas, diminuir atropelamentos e reduzir poluição. Experiências em cidades brasileiras mostram que a mudança gera pouco impacto no tempo de viagem, mas grandes benefícios para a segurança e o meio ambiente.
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