A fé ainda é uma força presente no cotidiano da maioria dos brasileiros, mas o panorama religioso do país está mudando. Segundo dados do Censo Demográfico Religiões divulgados nesta sexta-feira, 6, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil continua sendo majoritariamente católico, porém, essa predominância está em queda.
Em contrapartida, a população evangélica cresce e outros grupos, como o espiritismo e as religiões de matriz africana, se destacam por indicadores positivos, como o nível de escolaridade.
Católicos ainda são maioria, mas número diminui
Em 2010, 65,1% da população brasileira se declarava católica. Doze anos depois, esse número caiu para 56,7%, uma redução de 8,4 pontos percentuais. A maior proporção de católicos está no Nordeste, especialmente no Piauí, onde 77,4% da população segue essa fé. Já o Estado com menor percentual de católicos é Roraima, com 37,9%.
A presença católica é mais expressiva entre pessoas com mais de 40 anos, chegando a 72% na faixa dos 80+. Entre os mais jovens, especialmente os de 20 a 24 anos, cresce o número de pessoas sem religião.
Evangélicos são o grupo que mais cresce
Enquanto os católicos diminuem, os evangélicos passaram de 21,7% para 26,9% da população. Eles estão mais concentrados nas regiões Norte (36,8%) e Centro-Oeste (31,4%), com destaque para o Acre, onde representam 44,4% da população.
A presença evangélica é mais forte entre os pré-adolescentes, com 31,6% nessa faixa etária, e vai diminuindo conforme a idade aumenta.
Espíritas e religiões afrobrasileiras têm os melhores índices de escolaridade
Um dado que chama atenção é o nível de instrução dos fiéis. Espíritas e umbandistas/candomblecistas apresentam as menores taxas de analfabetismo entre todos os grupos religiosos:
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Espíritas: 1% de analfabetismo e 48% com ensino superior completo
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Umbandistas/Candomblecistas: 2,4% de analfabetismo
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Católicos: 7,8% de analfabetismo e apenas 18,4% com ensino superior completo
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Evangélicos: 34,9% com baixa escolaridade e 14,4% com ensino superior completo
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Tradições indígenas: maior índice de analfabetismo, com 24,6%, e 53,6% com baixa escolaridade
Esses dados ajudam a entender como as crenças religiosas se relacionam com fatores sociais e educacionais no país, revelando que a espiritualidade também passa por questões de acesso à informação e oportunidades.
Outros destaques do Censo Demográfico Religiões
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Religiões afro-brasileiras cresceram: o número de seguidores de umbanda e candomblé triplicou, passando de 0,3% em 2010 para 1% da população em 2022.
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Pessoas sem religião aumentam, especialmente entre os mais jovens, e representam uma parcela cada vez mais significativa no grupo de 20 a 29 anos.
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Os católicos ainda são predominantes em mais de 5 mil municípios, mas a diversidade religiosa cresce em ritmo constante.
Resumo:
O Censo Demográfico Religiões, do IBGE, revelou que o Brasil está mais diverso do ponto de vista religioso. O número de católicos caiu um pouco, enquanto os evangélicos cresceram e os grupos de religiões afro-brasileiras ganharam destaque. Espíritas e umbandistas apresentam os melhores índices de escolaridade, enquanto as tradições indígenas enfrentam os maiores desafios educacionais.

Lígia Menezes
Lígia Menezes (@ligiagmenezes) é jornalista, pós-graduada em marketing digital e SEO, casada e mãe de um menininho de 3 anos. Autora de livros infantis, adora viajar e comer. Em AnaMaria atua como editora e gestora. Escreve sobre maternidade, família, comportamento e tudo o que for relacionado!