Famosa pelos cartões-postais históricos, museus e pela gastronimia, Paris também é conhecida pelos ratos. Eles são tão comuns na cidade que têm até filme: a animação da Disney ‘Ratatouille’ (2007). Agora país-sede das Olimpíadas de 2024, a capital francesa luta para afastar os animais dos turistas e quem sabe assim reverter a fama.
Paris está em quarto lugar no ranking das cidades mais infestadas de ratos do mundo, atrás de Deshnoke na Índia, Londres, na Inglaterra, e Nova Iorque, nos Estados Unidos.
Na capital francesa, há mais ratos do que moradores. Especialistas estimam que existem cerca de 6 milhões de ratos em Paris, algo que, segundo a Academia Nacional de Medicina, se aproxima de 1,5 a 1,75 ratos para cada um dos cerca de 2 milhões e 200 mil habitantes da cidade. Esse índice, porém, é semelhante ao encontrado na maioria das metrópoles mundiais, tais como Nova Iorque.
Por que Paris tem tantos ratos?
A situação é um desafio que acompanha a cidade muito antes das Olimpíadas. Em 2023, a prefeitura da capital francesa buscou outra abordagem, adontando uma estratégia no estilo: “se não pode com eles, junte-se a eles”.
Assim, a administração municipal abriu um comitê de trabalho para avaliar como podem “viver” com os roedores isso, sem, necessariamente, exterminá-los, algo que é uma demanda antiga de grupos protetores de animais.
Os ratos estão presentes em diversos cenários da cidade: nos metrôs, nas calçadas, nos parques e jardins. Eles também ocupam as mesas de restaurantes, pois são atraídos, principalmente, pela comida.
Fazendo parte do dia a dia de Paris, os roedores são vistos aos milhates nos bairros mais frequentados por turistas, como Montmarte, Notre-Dame ou Torre Eiffel, regiões que irão ter alguns dos jogos das diversas modalidades das Olimpíadas.
Com isso, acompanhando a quantida de pessoas e, consequentemente, de comida, os animais frequentam os lugares em plena luz dia aproveitando os restos de alimentos deixados nos locais.
Além do turismo em massa, as mudanças climáticas também estão relacionadas com a dificuldade de conter a população dos roedores. Com as ondas de calor, cada vez mais precoces, mais longas e intensas na Europa, a proliferação tende a aumentar. Isso porque, com invernos cada vez mais curtos e menos intensos, os ratos começam a se reproduzir mais cedo.
E a rapidez não para por aí. Esses animais, naturalmente, têm uma rápida reprodução, pois geram, em média, oito filhotes por ninhada, assim, um único casal de rato pode ter até 200 filhotes em apenas 1 ano.
Outro ponto importante é a falta de predadores naturais nas cidades. Na natureza, aves de rapina e cobras, por exemplo, ajudam a controlar a população de roedores, por se alimentarem deles, mas esses animais não estão facilmente presentes no ambiente urbano o que gera um desequilíbrio.
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Limpando tudo para as Olimpíadas de 2024
Os ratos podem trazer sensações desagradáveis por estarem relacionados com sujeira e até doenças como leptospirose, salmonelose e febre da mordida de rato. É essa imagem que Paris quer evitar ao máximo durante as Olimpíadas de 2024.
Para isso, as autoridades da capital francesa afirmam que adotaram medidas adicionais para garantir que os visitantes não encontrem os roedores durante os jogos.
De acordo com a vice-prefeita da cidade Anne-Claire Boux, responsável pela saúde pública, foi feita uma limpeza profunda para remover quaisquer resíduos de alimentos que pudessem atrair os ratos de suas tocas subterrâneas.
Além disso, conforme ela revelou para à agência de notícias francesa AFP, os especialistas em roedores da prefeitura trabalharam para fechar os pontos de saída dos esgotos ao redor dos locais olímpicos. Durante o período dos jogos eles receberão bônus de até € 1.900 (cerca de R$ 11.540). A força-tarefa conta ainda com empreiteiros privados que ajudarão nos esforços para manter a cidade limpa.
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