No próximo domingo, dia 20, o Vaticano vai realizar a cerimônia de canonização de Elena Guerra, uma professora italiana que viveu entre 1835 e 1914. A história que impulsionou esse reconhecimento divino aconteceu no Brasil, em Uberlândia (MG). Paulo Gontijo, um morador da cidade, sobreviveu milagrosamente a um grave traumatismo craniano, após sua família pedir pela intercessão da beata. O milagre foi reconhecido pelo Papa Francisco, abrindo caminho para Elena Guerra se tornar a nova santa italiana.
Elena Guerra: o milagre que conectou Itália e Brasil
Em 2010, Paulo Gontijo, então com 49 anos, sofreu uma queda de 6 metros enquanto podava uma árvore. Com graves danos cerebrais, ele foi levado ao Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia e os médicos temiam o pior: suspeitavam até de morte encefálica. Enquanto Paulo estava internado, sua família, muito católica, rezou para Elena Guerra, pedindo sua intercessão pela cura do enfermeiro.
A cunhada de Paulo, Marilda Fonseca, organizou uma novena dedicada à beata italiana, reunindo familiares e amigos em casa e no hospital. Após 25 dias em coma, e sem muitas esperanças médicas de recuperação, o padre William Eurípedes Garcia foi chamado para administrar a extrema unção. No momento em que o padre pingou algumas gotas de vinho consagrado na língua de Paulo, houve uma reação inesperada. Paulo abriu os olhos e surpreendeu a todos, começando a recuperar suas funções cerebrais. Os médicos, que esperavam sequelas graves, constataram uma recuperação quase completa.
Após a surpreendente recuperação, a Diocese de Uberlândia deu início à investigação do possível milagre. Em 2013, o processo foi encerrado e os documentos foram enviados para o Vaticano. Ao longo de mais de uma década de análises e encontros com representantes da Igreja Católica, o Papa Francisco finalmente promulgou, em 2024, o decreto que reconhece oficialmente o milagre ocorrido em Uberlândia, atribuído à nova santa italiana.
Quem foi Elena Guerra?
Nascida na Itália em 1835, Elena Guerra dedicou sua vida à educação e à espiritualidade. Ela foi a fundadora da Congregação das Oblatas do Espírito Santo e ficou conhecida por sua devoção e empenho em disseminar a fé cristã. Em suas cartas ao papa da época, Elena pediu que ele incentivasse a prática da novena ao Espírito Santo entre os cristãos. Sua influência foi tão marcante que, ao ser beatificada em 1959, recebeu o título de Apóstola do Espírito Santo.
Agora, com a canonização, Elena Guerra será oficialmente reconhecida como santa, e sua história de caridade e devoção será celebrada por fiéis de todo o mundo.
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