Era para ser um salto de lazer, mas terminou em um milagre. Victoria Cilliers, uma instrutora de paraquedismo do Exército Britânico, sobreviveu a uma queda de mais de mil metros após seu paraquedas falhar. O caso, ocorrido em 2015, não foi apenas um acidente, mas a chave para desvendar um crime.
A mulher que sobreviveu após paraquedas não abrir foi vítima de uma tentativa de assassinato. Seu próprio marido, Emile Cilliers, sabotou o equipamento antes do salto. O que parecia uma tragédia acabou revelando uma história de traição, manipulação e crueldade.
O que aconteceu com Victoria foi um misto de sorte e resistência. Além de escapar da morte, ela ajudou a colocar o criminoso atrás das grades.
A mulher que sobreviveu após paraquedas não abrir e a queda inexplicável
Era domingo de Páscoa quando Victoria aceitou o convite de Emile para saltar de paraquedas. No dia anterior, o salto havia sido cancelado por mau tempo. Ela foi sozinha ao Campo de Aviação de Netheravon, sem imaginar que sua vida estava em perigo.
Ao saltar do avião, percebeu que algo estava errado. O paraquedas principal não abriu, e as cordas estavam emaranhadas. O reserva também falhou, abrindo apenas parcialmente. Do chão, testemunhas a viram cair descontroladamente, como uma “boneca de pano”.
Contra todas as expectativas, Victoria sobreviveu. O impacto foi amenizado pelo solo úmido e arado recentemente. Apesar das fraturas na pélvis, na coluna, costelas quebradas e um pulmão colapsado, ela estava viva.
A investigação que revelou um crime
Enquanto Victoria se recuperava, a Associação Britânica de Paraquedismo analisava o equipamento. Descobriram que as cordas foram propositalmente emaranhadas e que o paraquedas reserva tinha peças removidas. Não era um acidente: alguém queria matá-la.
A polícia investigou e, quatro semanas depois, confirmou as suspeitas. O principal suspeito era seu marido, Emile. A revelação foi um choque para Victoria, que custou a acreditar.
Durante a gravidez, Victoria já notava o comportamento estranho de Emile. Ele desaparecia sem explicação, tinha amantes e filhos escondidos na África do Sul. Manipulador, ele controlava suas finanças e a fazia se sentir culpada. Ainda assim, ela tentou manter o relacionamento.
No sábado de Páscoa, ele a encorajou a saltar e ficou responsável pelo equipamento. No domingo, a convenceu a não desistir. Ela acreditou que ele se importava, sem saber que sua vida estava por um fio.
Seis dias antes do salto, Victoria sentiu cheiro forte de gás em casa. Ao checar, viu uma mancha de sangue na válvula. Brincou com Emile perguntando se ele queria matá-la, mas ele negou. Mais tarde, descobriu-se que ele não havia ido ao trabalho naquele dia, mas encontrado uma amante.
Cinco meses depois, relatórios confirmaram que o vazamento de gás foi proposital. As válvulas foram abertas com uma chave-inglesa, uma técnica que deixava marcas inconfundíveis. Com essas provas, Emile foi interrogado novamente.
O julgamento e a condenação
Em outubro de 2017, Victoria chegou a se retratar de algumas declarações, o que levantou dúvidas sobre sua influência emocional. O júri não chegou a um veredito e o julgamento foi dissolvido. Mas os promotores não desistiram. Em maio de 2018, Emile voltou ao tribunal.
Dessa vez, as provas eram ainda mais contundentes. Ele trocava mensagens com mulheres e prostitutas enquanto Victoria estava hospitalizada e gastava seu dinheiro sem remorso. Especialistas o classificaram como “sociopata narcisista”, sem empatia ou culpa.
Após seis semanas de julgamento, Emile foi condenado à prisão perpétua, com mínimo de 18 anos antes de solicitar liberdade condicional. Mesmo após a condenação, Victoria ainda o visitou na prisão, tentando entender o que aconteceu. Mas logo percebeu que ele seguia manipulador e decidiu cortar todos os laços.
Recomeço e superacão
Hoje, aos 48 anos, Victoria Cilliers reconstruiu sua vida. Apesar das sequelas físicas, encontrou um novo amor: Simon Goodman, um ex-fuzileiro naval e paramédico que ajudou em seu resgate. Depois de anos de abuso e traição, ela finalmente se libertou do passado e seguiu em frente.
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