O mundo está presenciando uma redução significativa na taxa de fertilidade. Segundo o relatório World Population Prospects 2024, da ONU, a média global caiu de 3,31 filhos por mulher em 1990 para 2,25 em 2024. Além disso, a projeção para 2050 é de um novo recuo, para cerca de 2,07 filhos por mulher. Embora muitas pessoas ainda desejem famílias maiores, diversos fatores vêm dificultando a realização desse sonho.
Entre os principais motivos estão o alto custo da criação dos pequenos, a falta de tempo e as dificuldades para conciliar a rotina profissional com a pessoal. E esse cenário não é exclusivo de países de alta renda. Na verdade, o UNFPA identificou essa tendência em nações com diferentes níveis de desenvolvimento.
Fatores econômicos e tempo curto pesam na taxa de fertilidade
O peso das despesas no orçamento familiar aparece como o maior obstáculo na pesquisa global. De acordo com dados recentes do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), que entrevistou 14.000 pessoas em 14 países, na Coreia do Sul, 58% das pessoas apontaram o custo de vida como barreira para ter filhos.
Já na Suécia, esse número ficou em 19%, mostrando como o apoio social pode fazer diferença. Além do impacto no bolso, a falta de tempo surge como outro grande desafio, principalmente para quem vive em grandes cidades e enfrenta longas jornadas de trabalho.
A própria ONU chama a atenção para o envelhecimento populacional acelerado. O estudo revela que, até 2050, a proporção de pessoas com 65 anos ou mais deve praticamente dobrar, enquanto o número de jovens vai crescer bem menos. Isso acende um sinal para governos e sociedade sobre a necessidade de medidas que apoiem as famílias e evitem crises futuras.
Cautela nas respostas ao desafio da fertilidade
Apesar da preocupação com a queda na taxa de fertilidade, especialistas alertam que soluções apressadas podem gerar mais problemas. O relatório da ONU recomenda cuidado com políticas baseadas em discursos de pânico, já que respostas exageradas podem acabar alimentando ideias nacionalistas ou conservadoras em excesso.
Por isso, o caminho mais saudável envolve oferecer suporte real às famílias: creches acessíveis, horários de trabalho mais flexíveis e condições que permitam um maior equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Assim, cada casal poderá decidir o tamanho da família que deseja, sem pressões externas ou limitações impostas pelo dia a dia.
O futuro da população mundial exige atenção
Os dados da ONU indicam que a população global deve atingir cerca de 9,66 bilhões em 2050, mas o ritmo de crescimento vem desacelerando. O estudo também projeta que o número de habitantes vai se estabilizar entre 10,3 e 10,7 bilhões na década de 2080 e poderá começar a cair levemente até o fim do século.
Portanto, é fundamental que governos, empresas e sociedade civil busquem soluções que respeitem os desejos das famílias e promovam um ambiente favorável para quem quer ter filhos. Afinal, como reforça o relatório, o importante é permitir escolhas livres e conscientes, e não impor um caminho único para todas as mulheres e casais.
Resumo: A queda na taxa de fertilidade global reflete os desafios do mundo moderno: altos custos e rotinas intensas pesam na decisão de ter filhos. Para reverter o cenário, o foco deve estar no apoio às famílias, com políticas que promovam qualidade de vida e liberdade de escolha.
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