No último sábado (3), o presidente Donald Trump anunciou, por meio de sua plataforma Truth Social, que pretende reabrir e ampliar a antiga penitenciária de Alcatraz, fechada há mais de 60 anos. A proposta faz parte de sua nova campanha anticrime e foca principalmente na repressão a imigrantes que entraram ilegalmente nos Estados Unidos.
Segundo o republicano, a prisão de Alcatraz deve voltar a funcionar como símbolo de “Lei, Ordem e Justiça”. Ele justificou a decisão alegando frustração com juízes que, segundo ele, estariam impedindo a deportação de criminosos por exigirem julgamentos justos. Em seu texto, escreveu: “Vamos fazer a América grande novamente!”.
História de Alcatraz: da segurança máxima ao turismo histórico
Localizada em uma ilha na Baía de São Francisco, a famosa Alcatraz — também chamada de “A Rocha” — funcionou entre 1934 e 1963. Com celas pequenas, estrutura rígida e vigilância intensa, o local foi projetado para abrigar os criminosos mais perigosos dos Estados Unidos. Ao longo de quase três décadas, nomes como Al Capone e James J. Bulger estiveram entre os 1.576 detentos.
No entanto, os altos custos operacionais — quase três vezes maiores do que os das demais prisões federais — levaram ao seu fechamento. Desde então, o espaço virou um ponto turístico muito visitado, administrado pelo Serviço Nacional de Parques.
Imigração e segurança com proposta polêmica
Embora Trump tenha defendido com firmeza a reabertura da prisão, especialistas questionam a viabilidade do projeto. A democrata Nancy Pelosi, ex-presidente da Câmara e representante da Califórnia, disse que a proposta “não é a sério”, destacando que o local se transformou em parque nacional e atrai milhares de visitantes todos os anos.
Além disso, especialistas apontam que reformar e ampliar Alcatraz exigiria um investimento altíssimo, especialmente por se tratar de uma ilha. Como comparação, a penitenciária ADX Florence, construída em 1994, custou o equivalente a R$ 744 milhões e abriga apenas 357 detentos.
Mesmo assim, Trump reforçou que a nova Alcatraz serviria para isolar “delinquentes cruéis e violentos”, prometendo endurecer as leis contra o crime e a imigração ilegal.
Símbolo de punição ou herança histórica?
Apesar das intenções políticas de Trump, é importante lembrar que Alcatraz representa muito mais do que uma antiga prisão. O local faz parte da história dos Estados Unidos e carrega memórias marcantes, inclusive sobre abusos, segregação racial e tentativas de fuga dramáticas — como a célebre Batalha de Alcatraz, em 1946.
Hoje, o debate gira em torno do que deve prevalecer: a memória de um passado sombrio ou o uso do espaço como ferramenta política. Para muitos críticos, a proposta do presidente não passa de uma jogada eleitoral com forte apelo simbólico, mas pouca viabilidade prática.
Resumo final
Donald Trump anunciou planos para reabrir a antiga prisão de Alcatraz como parte de sua nova campanha anticrime. A proposta, no entanto, gera controvérsia tanto pelo custo elevado quanto pelo uso político do espaço histórico. Especialistas e opositores, como Nancy Pelosi, questionam a seriedade da ideia e apontam sua inviabilidade prática.
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