Nascidas a partir de 2010, em meio à expansão da internet, dos celulares e dos tablets, as crianças da chamada Geração Alpha cresceram conectadas desde o berço. São os “iPad kids”, apelido que viralizou nas redes sociais, especialmente no TikTok, e que escancara tanto a intimidade dessas crianças com as telas quanto os desafios sociais e emocionais dessa infância hiperconectada.
Infância digitalizada
Pesquisas publicadas no Pediatrics mostram que metade das crianças de 4 anos já têm sua própria televisão e 75% possuem um dispositivo móvel. Muitas foram expostas às telas antes mesmo de completarem 1 ano de idade, e esse hábito se consolidou durante a pandemia, quando as aulas virtuais se tornaram rotina.
Embora a tecnologia tenha garantido acesso à aprendizagem, também aumentou o tempo de exposição às telas, trazendo impactos importantes. Quando esse uso é ativo – em jogos interativos, lições online ou aplicativos educativos – pode estimular habilidades cognitivas e motoras. Já o uso passivo, como rolar redes sociais ou assistir vídeos sem interação, está associado a obesidade infantil, dificuldades de linguagem, déficit de atenção e problemas de socialização.
Características mais marcantes da Geração Alpha
- Agilidade: aprendem a usar equipamentos eletrônicos com rapidez e até ensinam adultos a resolver problemas tecnológicos.
- Curiosidade: exploram sozinhas aplicativos e plataformas, descobrindo funcionalidades sem ajuda.
- Independência: conseguem realizar downloads, instalar jogos e buscar informações de forma autônoma.
- Dificuldade de concentração: diante de tantos estímulos digitais, demonstram menos paciência, maior ansiedade e desafios para manter foco em atividades como leitura e escrita.
- Multitarefas: fazem várias coisas ao mesmo tempo, transitando entre diferentes temas e assuntos com facilidade.
- Versatilidade: valorizam mais a prática e a experiência do que a teoria.
- Relação próxima com os pais: crescem em famílias menores e com vínculos mais intensos dentro de casa.
Consequências sociais e emocionais
O excesso de estímulos digitais afeta não só o corpo, mas também o cérebro. A dopamina liberada pelo prazer imediato das telas pode tornar as interações da vida real menos interessantes, dificultando vínculos sociais, a tolerância ao tédio e a resiliência.
O relatório Panorama da Saúde Mental 2024 mostra que adolescentes mais expostos às redes sociais têm maior risco de ansiedade, depressão e insatisfação corporal. Isso preocupa pais e educadores, que já observam uma geração mais dependente de recompensas instantâneas.
Como equilibrar
Especialistas defendem que a tecnologia não é vilã, mas precisa ser usada com equilíbrio. Algumas estratégias simples podem ajudar:
- Criar zonas sem tela em casa, como refeições e quartos.
- Incentivar atividades offline, como brincadeiras ao ar livre, esportes e jogos de tabuleiro.
- Dar o exemplo, reduzindo também o tempo de tela dos adultos.
- Estabelecer combinados e cronômetros, para que a criança aprenda a gerir seu próprio tempo digital.
- Promover momentos de semana sem tela, refletindo em família sobre os impactos dessa redução.
A Geração Alpha pode se beneficiar enormemente da tecnologia, desde que guiada por adultos atentos. Mais do que proibir, o desafio é ensinar o uso consciente, ajudando essas crianças a crescerem criativas, resilientes e preparadas para o futuro.
Curiosidades sobre a Geração Alpha
- Primeira geração 100% digital: nasceram após 2010 e já vieram ao mundo cercados por celulares, tablets e internet.
- Metade tem TV própria: segundo estudo no Pediatrics, 50% das crianças de 4 anos já têm televisão no quarto e 75% possuem dispositivo móvel.
- Exposição precoce: muitas tiveram contato com telas antes de completar 1 ano de idade.
- Multitarefas: fazem várias coisas ao mesmo tempo, alternando entre aplicativos, jogos e redes sociais com facilidade.
- Famílias menores: tendem a crescer em núcleos familiares reduzidos, mas com vínculos mais próximos com os pais.
- Mais curiosas e independentes: exploram sozinhas aplicativos, jogos e ferramentas digitais, muitas vezes sem orientação de adultos.
- Desafio da concentração: diante de tanto estímulo digital, apresentam menor tolerância ao tédio e mais dificuldade em manter foco em tarefas longas.
Resumo:
A Geração Alpha, formada por crianças nascidas a partir de 2010, é a primeira totalmente digital. Conectada desde cedo, apresenta agilidade, curiosidade e independência para lidar com tecnologia, mas enfrenta desafios como dificuldade de concentração e ansiedade. Pesquisas mostram que metade das crianças de 4 anos já possui televisão própria e 75% têm dispositivos móveis, o que reforça a necessidade de equilíbrio entre tempo de tela e experiências reais para um desenvolvimento saudável.
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