Segundo o Relatório Mundial da Felicidade, publicado anualmente, as pessoas ao redor do mundo são significativamente mais generosas do que se espera. Para medir a confiança na bondade alheia, pesquisadores realizaram um experimento: carteiras foram propositalmente “perdidas” em diversos países para avaliar quantas seriam devolvidas.
O resultado surpreendeu: a taxa de devolução foi quase o dobro da previsão inicial. Essa descoberta reforça a ideia de que a confiança e a cooperação influenciam diretamente a felicidade ao redor do mundo.
Países mais felizes: o que podemos aprender com eles?
Pelo oitavo ano consecutivo, a Finlândia lidera o ranking como o país mais feliz. Dinamarca, Islândia e Suécia também aparecem no topo. Pela primeira vez, México e Costa Rica entraram no seleto grupo das dez nações mais satisfeitas com a vida. Já os Estados Unidos e o Reino Unido caíram para as posições 23 e 24, registrando seus piores desempenhos históricos.
No Brasil, há motivos para otimismo. O país subiu oito posições em relação ao último ranking, alcançando o 36º lugar. Na América do Sul, apenas o Uruguai, em 29º, superou essa colocação.
Como a felicidade ao redor do mundo é medida?
O estudo, coordenado pelo Centro de Pesquisa em Bem-Estar da Universidade de Oxford, classifica a felicidade ao redor do mundo com base na percepção dos próprios habitantes sobre suas vidas. Os entrevistados atribuem uma nota de 0 a 10, sendo 0 a pior e 10 a melhor avaliação possível. A posição de cada país no ranking reflete a média dessas notas ao longo de três anos.
A Finlândia, mais uma vez no topo, atingiu a média de 7,736. O Brasil, em sua ascensão no ranking, mostra que fatores como conexões sociais e solidariedade são essenciais para o bem-estar coletivo.
O impacto das conexões sociais na felicidade ao redor do mundo
Os dados do Relatório Mundial da Felicidade indicam que confiança e gentileza estão profundamente ligadas à qualidade de vida. Jeffrey D. Sachs, presidente da Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da ONU, reforça que a felicidade ao redor do mundo depende da confiança entre as pessoas e das conexões sociais que cultivamos.
Além disso, o estudo aponta que compartilhar refeições e conviver com outras pessoas melhora significativamente o bem-estar. Quatro em cada cinco entrevistados que vivem acompanhados relataram maiores níveis de felicidade. Essa percepção é especialmente forte em países como México e diversas nações europeias.
Diante desses dados, Jan-Emmanuel De Neve, diretor do Centro de Pesquisa em Bem-Estar de Oxford, destaca a necessidade de promover mais encontros sociais: “Nesta era de isolamento e polarização, precisamos encontrar maneiras de reunir as pessoas à mesa novamente. Isso é essencial para nosso bem-estar individual e coletivo.”
Os resultados do Relatório Mundial da Felicidade deixam claro que a felicidade está diretamente ligada às relações de confiança e à gentileza. Pequenos gestos no dia a dia podem fortalecer laços, melhorar a convivência e impactar positivamente nossa própria satisfação com a vida. Afinal, ao contrário do que imaginamos, há muito mais bondade no mundo do que acreditamos.
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