Morreu, no início da noite da última segunda-feira (13), Claviana Nunes, de 37 anos, após ingerir uma planta conhecida como Fumo Bravo, parecida com couve, em Patrocínio, Minas Gerais. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, ela estava em estado grave e, apesar dos esforços da equipe médica, faleceu às 18h20.
Outros dois pacientes seguem internados na Santa Casa de Patrocínio: um idoso de 60 anos permanece na UTI, intubado e sedado, com quadro grave e instável; outro, de 64 anos, deixou a UTI, está estável, mas ainda confuso.
Desde o início, a Vigilância Sanitária e Epidemiológica acompanha o caso, coletando amostras de alimentos e materiais biológicos para identificar a substância causadora da intoxicação. A Prefeitura de Patrocínio reforçou sua solidariedade à família e afirmou seu compromisso com a segurança alimentar da população.
Aumento de intoxicações acidentais e criminosas em 2025
O Brasil enfrenta um cenário alarmante de envenenamentos em 2025, com 7.138 casos registrados até julho, segundo dados da Abracit (Associação Brasileira de Centros de Informação e Assistência Toxicológica e Toxicologistas Clínicos). Esse número representa uma média de 33 ocorrências diárias e já ultrapassa a metade do total de 10.306 casos computados em todo o ano de 2024.
A preocupante escalada inclui tanto intoxicações acidentais quanto envenenamentos de natureza criminosa, impactando indivíduos de todas as idades e em diversas regiões do país. A seguir, relembre outros casos de envenenamento no país.
Bolo envenenado no Rio Grande do Sul
Deise Moura dos Anjos é suspeita de matar três pessoas da família do marido após colocar arsênio em um bolo de frutas cristalizadas. O crime ocorreu próximo ao Natal, em Torres (RS), e três mulheres morreram horas depois de consumir o doce. Um idoso e uma criança também foram afetados, mas sobreviveram. Deise foi encontrada morta na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, em fevereiro, suspeita de suicídio.
Arroz envenenado no Piauí
Em Parnaíba (PI), Maria Gabriela da Silva, de 4 anos, morreu após consumir arroz contaminado com substância semelhante ao chumbinho. Sua mãe, tio e irmãos também faleceram, enquanto outras quatro pessoas que ingeriram o alimento sobreviveram. O principal suspeito, padrasto da mãe de Maria Gabriela, está preso e aguarda julgamento, enquanto a investigação segue em andamento.
Açaí contaminado em Natal
Entre os dias 14 e 15 de abril, um bebê de 8 meses morreu após comer açaí envenenado na zona leste de Natal (RN). A polícia apura quem enviou o produto como presente para a família. Uma parente da criança também passou mal, mas recebeu alta da UTI no final de abril.
“Serial killer” e envenenamentos planejados em São Paulo e Rio de Janeiro
Em outubro deste ano, Ana Paula Veloso Fernandes, de 35 anos, foi presa acusada de matar quatro pessoas com a ajuda da irmã gêmea e de uma terceira cúmplice. Entre as vítimas estão moradores de Guarulhos (SP), Duque de Caxias (RJ) e São Paulo (SP). O Ministério Público aponta que os crimes teriam sido motivados por interesse em bens e dinheiro das vítimas. Ana Paula permanece presa preventivamente, enquanto Roberta e Michelle seguem detidas temporariamente.
As investigações ainda estão em andamento, e exames periciais apontam sinais de envenenamento nos corpos exumados, possivelmente por chumbinho, veneno de uso proibido no Brasil.
Como se proteger de intoxicações acidentais e criminosas
Diante do aumento de casos, especialistas reforçam a importância de:
- Evitar consumir plantas desconhecidas ou mal identificadas;
- Conferir a procedência de alimentos industrializados e caseiros;
- Manter atenção redobrada com crianças e idosos;
- Procurar ajuda médica imediatamente em caso de ingestão suspeita.
Resumo:
Em 2025, o Brasil registrou mais de 7 mil casos de envenenamento, envolvendo intoxicações acidentais e criminosas. Casos recentes em Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Piauí e Natal mostram a gravidade do problema. Autoridades reforçam a importância da segurança alimentar e cuidados ao consumir alimentos desconhecidos.
Leia também:
Família come ‘falsa couve’ e é internada em Minas Gerais; saiba diferenciar