No dia 1º de outubro, comemora-se o Dia Nacional e Internacional da Pessoa Idosa. A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em prol da conscientização e respeito sobre as questões relacionadas ao envelhecimento. No Brasil, a celebração ficou conhecida como Dia do Idoso.
A data foi escolhida porque, no país, em 1º de outubro de 2003, foi aprovado o Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741). Até que em dezembro de 2023, o Dia do Idoso deu lugar a outra nomenclatura: Dia Nacional do Respeito aos Idosos, aprovado pela Câmara dos Deputados no Projeto de Lei 4720/23.
Ou seja, os nomes são os mais variados — assim como terceira idade, melhor idade, idoso ou até vovôs e velhinhos (desde que com muito respeito, claro). No fim, o que realmente importa é chegar na fase com muita saúde e bem-estar.
Afinal, segundo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 15% dos 203 milhões de habitantes registrados pelo Censo 2022 são idosos. Isso significa cerca de 32 milhões de pessoas. A previsão do IBGE é que em 2030 haverá mais brasileiros com idade superior a 60 anos do que crianças.
Saúde e bem-estar de sobra
Segundo o médico geriatra Rafael Ceregatti, do Hospital São Francisco de Mogi Guaçu, a definição de idade cronológica deixou de ser o principal indicador de saúde. “Cada vez mais, não é somente a idade que define o indivíduo”, explica o especialista.
Ceregatti, que participou do 20º Congresso Europeu de Geriatria, realizado em Valência, Espanha, destaca a importância do acompanhamento médico contínuo é essencial para garantir saúde e bem-estar aos pacientes mais velhos.
Desta forma, é possível detectar precocemente problemas de saúde, além de propor tratamentos adequados para cada paciente: “É necessário trazer o que a medicina oferece ao paciente, mas de forma individualizada. Para isso é fundamental o acompanhamento rotineiro do médico geriatra”.
Conceitos práticos de saúde na terceira idade
Segundo o especialista, é possível dividir a saúde na terceira idade em alguns pontos:
Capacidade intríseca: termo que refere-se à condição do indivíduo de reagir às dificuldades do dia a dia, avaliando aptidões físicas e mentais por meio de cinco domínios: cognição, humor, sensorial, locomoção e vitalidade.
Capacidade funcional: corresponde ao que a pessoa é capaz de fazer com essas habilidades, como morar sozinho, trabalhar e realizar outras atividades que promovam a independência.
Capacidade muscular: um dos maiores desafios para a saúde do idoso. No entanto, segundo o geriatra, essa perda pode ser evitada com intervenções simples. “A prática regular de exercícios físicos resistidos, como musculação, associada a uma dieta rica em proteínas de origem animal e vegetal, pode aumentar a massa muscular, trazendo inúmeros benefícios à saúde”.
Cuidado com a saúde mental
Além do cuidado com o corpo, a saúde mental também merece atenção à medida que os anos passam. O neuropsicólogo Aslan Alves destaca a importância da estimulação cerebral como prevenção ao declínio cognitivo.
Segundo o especialista, atividades como leitura, jogos de lógica, aprendizado de novas habilidades e uma vida social ativa são fundamentais para manter o cérebro em funcionamento saudável.
Em paralelo, Aslan Alves recomenda o manejo do estresse e a prática de mindfulness para um envelhecimento saudável: “Juntamente com a qualidade do sono, também são componentes-chave de um envelhecimento saudável e da prevenção de doenças”