Aos 69 anos, Marcos Oliveira, eternizado como Beiçola em A Grande Família, encontrou um novo capítulo em sua trajetória no Retiro dos Artistas, lar cultural que acolhe profissionais da arte na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Em um mini documentário e entrevistas recentes, ele compartilhou como tem sido essa nova fase, suas reflexões sobre o mercado e o envelhecimento.
Recomeço acolhedor
Desde que se mudou para o Retiro, em abril, ele reconhece que entrou em uma fase delicada da vida. “Depois de um tempo, eu entrei em declínio… Não tinha condições mais de sobreviver, de pagar o aluguel e cuidar da saúde”, relatou o ator, que admitiu ter reunido apenas um terço dos seus pertences para a mudança e levado consigo apenas uma de suas cachorras, já que o ambiente é adaptado para essa convivência. O abrigo significou, para ele, um recomeço pautado pela segurança e esperança.
Um lar funcional e afetuoso
Marcos vive em uma casa nova, doada por sua colega Marieta Severo, e descreve o lar com carinho: “É um quarto e sala com cozinha americana… tem um chuveiro bom, um banheiro confortável, TV, cama boa e uma varandinha maravilhosa”. Integrado à rotina do local, ele aproveita os cafés da manhã em companhia de outros residentes, compartilhando histórias em uma convivência que considera “muito legal”.
O fardo do etarismo e a ousadia de recomeçar
O ator não poupou críticas à forma como o mercado artístico descarta talentos com o passar dos anos: “É difícil restabelecer sua condição de vida, de saúde e aprendizado para continuar no trabalho… as pessoas não querem você, porque você já é um velho, um fracassado”. Mas reforça seu desejo de seguir conquistando espaço: “Eu não estou morto. Estou muito vivo e quero trabalhar… temos que ter essa condição de vida de não parar, de sempre estar se atualizando.”
Encontro com dignidade e solidariedade
Ele celebra não só a estrutura, mas o acolhimento que encontrou no Retiro: “Consegui um canto para ter minha dignidade”. O ator enfrenta dívidas, inclusive de despejo, mas vê o local como um porto seguro — onde consegue reconstruir sua estabilidade financeira, espiritual e criativa, e sonha em retomar o trabalho, agora com mais serenidade.
Resumo:
No Retiro dos Artistas, Marcos Oliveira redescobre dignidade, acolhimento e propósito. Enfrentando um mercado pouco acolhedor para os mais velhos, ele afirma que a “vida continua” e que está “muito vivo”, agora com saúde, esperança e vontade de seguir criando.