A manhã de segunda-feira (21) começou mais silenciosa para milhões de fiéis ao redor do mundo. O Vaticano confirmou a morte do papa Francisco, aos 88 anos, em Roma, após sofrer um AVC e entrar em coma. Líder da Igreja Católica desde 2013, ele será lembrado como um pontífice que buscou acolher, dialogar e transformar.
O sepultamento ocorrerá na Basílica de Santa Maria Maggiore, e não na tradicional Basílica de São Pedro — um gesto raro que não acontecia desde 1903. A escolha reflete o estilo pessoal de Francisco, conhecido por sua simplicidade e proximidade com os mais vulneráveis.
Primeiro papa latino-americano, o argentino Jorge Mario Bergoglio foi também o primeiro jesuíta a ocupar o posto. Desde o início de seu pontificado, trouxe à tona temas importantes e, por vezes, polêmicos, como o acolhimento da comunidade LGBTQIA+ e o combate à pobreza. Essas atitudes o tornaram admirado por muitos e, ao mesmo tempo, alvo de críticas mais conservadoras dentro da Igreja.
Conclave: o processo secreto para eleger o novo papa
Com a morte de Francisco, a Igreja Católica entra agora em um momento de transição. Durante os próximos dias, o comando do Vaticano ficará nas mãos de um governo interino até o início do Conclave, nome dado ao processo de escolha do novo papa.
Esse ritual milenar acontece a portas fechadas, dentro da Capela Sistina, e conta apenas com cardeais com menos de 80 anos. Atualmente, são 135 os eleitores, dos quais 108 foram nomeados pelo próprio Francisco. Isso significa que, mesmo ausente, ele continuará influenciando os rumos da Igreja — inclusive na escolha de seu sucessor.
O início do Conclave deve acontecer entre 15 e 20 dias após a morte do pontífice. Durante a votação, os cardeais precisam chegar a um consenso que represente pelo menos dois terços dos votos. Só então será anunciado o nome do novo papa, escolhido com base em oração, reflexão e debate entre os participantes.
A última bênção e o legado de Francisco no Vaticano
Apesar da saúde frágil, Francisco surpreendeu ao aparecer em público durante a Páscoa, um dia antes de sua morte. Sentado em uma cadeira de rodas, ele fez questão de abençoar os fiéis na Praça de São Pedro. Sua última mensagem, lida por um auxiliar na tradicional bênção Urbi et Orbi, foi um apelo por paz e esperança: “Gostaria que voltássemos a ter esperança […] que a paz é possível”.
Sem dúvida, seu legado seguirá vivo. Além de deixar marcas profundas nas estruturas da Igreja, o papa argentino também plantou sementes para o futuro. Agora, o mundo acompanha com expectativa os próximos passos da Igreja Católica, à espera do anúncio do novo papa e das direções que ele deve seguir.
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