Björn Andrésen nasceu em 26 de janeiro de 1955, em Estocolmo, Suécia. Sua infância foi marcada por perdas: nunca conheceu o pai e perdeu a mãe para o suicídio aos 10 anos. Criado pelos avós, ainda jovem, mostrou talento artístico, estreando no cinema aos 14 anos em Uma História de Amor Sueca, de Roy Andersson.
O destino, porém, reservava a ele um papel que mudaria sua vida para sempre. Aos 15 anos, foi escolhido pelo renomado diretor italiano Luchino Visconti para interpretar Tadzio, o adolescente cuja beleza encantava o personagem de Dirk Bogarde em Morte em Veneza (1971).
Morte em Veneza e o impacto da fama precoce
O filme, baseado no romance do Nobel Thomas Mann, trouxe fama internacional a Andrésen. A beleza impecável do ator o tornou referência cultural, mas também o mergulhou em uma experiência difícil. Em entrevistas, Björn relatou que, após as filmagens, sentiu-se “presa lançada aos lobos”, enfrentando depressão e vício em drogas.
Durante a estreia no Festival de Cannes, Visconti chegou a brincar com a fama de Björn: “Ele era muito mais bonito antes. Ele envelheceu”, disse, provocando risadas na plateia. Apesar das adversidades, o ator continuou trabalhando e influenciando o cinema e a cultura pop internacional.
A vida após o estrelato e a música como refúgio
Após Morte em Veneza, Andrésen visitou o Japão para ações promocionais, onde recebeu inúmeras cartas de fãs fascinados por sua beleza. No país, gravou discos cantando em japonês e inspirou artistas de mangá, consolidando sua influência além do cinema.

Ao longo da carreira, o sueco atuou em outros filmes e séries de menor repercussão, e em 2019 participou do filme de terror Midsommar, interpretando o idoso Dan. A música e a atuação continuaram sendo pilares de sua vida profissional, mostrando sua versatilidade e paixão pela arte.
Documentário revela desafios e legado de Björn Andrésen
O documentário O Garoto Mais Bonito do Mundo (2021), dirigido por Kristina Lindström e Kristian Petri, revisita a trajetória do ator e sua complexa relação com a fama. A produção destaca que Visconti limitava o olhar da equipe para proteger Björn, mas também expõe os abusos e pressões enfrentados pelo jovem ator.
A morte do ator foi confirmada por Kristina Lindström, sua filha, à AFP. Hoje, ele é lembrado não apenas pela beleza, mas pela coragem em enfrentar adversidades e pelo legado artístico que inspirou gerações.
Resumo: Björn Andrésen, eternizado como Tadzio em Morte em Veneza, morreu aos 70 anos. Sua beleza e talento marcaram o cinema e a música, mas a fama precoce trouxe desafios pessoais, como depressão e vício. O documentário O Garoto Mais Bonito do Mundo revisita sua trajetória e influência cultural.
Leia também:
Legítima defesa da honra: entenda a tese usada por Doca Street no caso Ângela Diniz








