Um ataque de onça-pintada causou comoção no início desta semana em Aquidauana, no Pantanal do Mato Grosso do Sul. Jorge Avalo, de 60 anos, morador de um pesqueiro na zona rural da cidade, foi morto por uma onça próxima à sua residência. Segundo autoridades, os restos do corpo foram encontrados a menos de 200 metros de sua casa.
A Polícia Militar Ambiental informou que esse tipo de ataque é incomum. Em geral, ocorre quando há escassez de alimentos, o animal se sente ameaçado ou está protegendo seus filhotes. No caso de Avalo, o cheiro do mel de abelhas que ele manipulava pode ter atraído a onça até o local.
Ataque de onça e prática ilegal de ceva preocupam autoridades
Uma das situações que pode estimular esse comportamento é a ceva, prática ilegal de deixar alimentos para atrair animais silvestres para observação turística. A ceva é proibida por leis federais, estaduais e também por resoluções municipais em Aquidauana.
A região onde o ataque aconteceu é banhada pelos rios Miranda e Aquidauana e recebe visitantes interessados em turismo ecológico. A combinação entre práticas ilegais e maior presença humana pode aumentar o risco de acidentes.
Onça-pintada não é naturalmente agressiva
De acordo com a PMA, a última morte por ataque de onça no Pantanal havia sido registrada há 17 anos, em Cáceres (MT). Em 2008, um vaqueiro de 22 anos foi morto por uma onça às margens do Rio Paraguai. Técnicos do ICMBio constataram que também havia uma ceva na área.
Mais recentemente, em 2023, um peão em Corumbá foi atacado, mas sobreviveu com ferimentos. Esses casos mostram que, embora raros, os ataques exigem atenção e respeito ao habitat natural dos animais.
Segundo o biólogo Gustavo Figueroa, da ONG SOS Pantanal, a onça é um animal reservado que evita o contato com humanos. “Não representa ameaça direta quando não há provocação ou interferência humana”, afirmou em vídeo nas redes sociais.
Ele lembra ainda que a presença da espécie é essencial para o equilíbrio ambiental e o sustento de muitas famílias. “O turismo de observação fomenta a conservação da onça-pintada e contribui para o desenvolvimento ambiental da região”, completou.
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