Meu filho tem 30 anos e já fala em aposentadoria. Ele disse que a previdência privada não está valendo a pena. Qual seria a alternativa?”
B. C., por e-mail
Ele tem toda a razão em se preocupar com a aposentadoria. Começar cedo vai fazer com que acumule uma quantia significativa após alguns anos. A principal alternativa à previdência privada é o Tesouro Direto. Neste caso, o investidor compra títulos de dívida do governo federal e recebe uma correção monetária em troca.
Essa correção é feita pela taxa básica de juros (Selic) ou por um índice de inflação (IPCA ou IGP-M), rendimentos bem atrativos, mesmo considerando o imposto de renda. Ele também pode escolher como o valor investido será atualizado e por quanto tempo o dinheiro ficará investido. Outra vantagem: o valor mínimo para
poupar no Tesouro Direto é R$ 30, o que o torna bem acessível.
Mas há alguns alertas para o investidor. Em primeiro lugar, o Tesouro é um pouco mais trabalhoso do que a previdência privada por conta de exigência de cadastros, conforme explica o site do Tesouro Nacional, tesouro.fazenda.gov.br. Além disso, o próprio investidor precisa entrar na internet, fazer e administrar as aplicações. Por conta disso, ele é indicado para pessoas disciplinadas.
Se este não for o caso dele, um fundo de renda fixa é uma boa. O ideal é conversar com o gerente e analisar as opções que ele tem a oferecer. Compare diferentes fundos e veja qual tem o rendimento mais atrativo, levando em conta o imposto de renda. No entanto, vale o alerta: fiquem de olho na taxa de administração, que é o valor que o banco cobra por cuidar do dinheiro investido.
Se ela estiver acima de 1,5% ao mês, já é considerada muito cara e pode “roubar” parte do rendimento.
Vantagens da previdência privada
Mas há vantagens na previdência privada?
Sim! Em primeiro lugar, você pode programar um valor mensal que será automaticamente direcionado pelo banco para a sua previdência privada. Assim fica mais fácil manter a disciplina. Além disso, quando chegar o momento de se aposentar, você tem duas opções: sacar o dinheiro de uma vez ou receber uma quantia todos os meses.
Marcela Kawauti é formada em economia pela USP e tem mestrado da FGV. Com mais de dez anos de experiência, é economista-chefe do SPC Brasil e colaboradora do portal de Educação Financeira Meu Bolso Feliz.