Acho que estou na contramão do mundo. Acabei de receber uma promoção e vou conseguir poupar 15% do meu salário. Quero dar entrada num apartamento em breve. Onde é melhor guardar o dinheiro?”
Z. S., por e-mail
É uma ótima ideia você usar ao menos parte do seu aumento salarial para uma reserva financeira que vai deixá-la mais perto da casa própria.
Para saber qual a melhor opção de investimento, você precisa decidir em quanto tempo pretende dar entrada no apartamento. Faça a conta de trás pra frente: veja o valor que precisa juntar e divida pelo que pode guardar todo mês. O resultado será o número de meses que você necessita até obter o valor pretendido. Por exemplo, se quer juntar R$ 10 mil e pode poupar R$ 500 por mês, precisará de 20 meses, ou seja, um pouco mais de um ano e meio.
Se o período for menor do que um ano, a poupança é indicada. Ainda que ela renda um pouco menos do que a inflação, não tem
taxas de administração nem imposto de renda. Já se tiver entre um e três anos, procure um bom fundo de renda fixa, com taxa de administração baixa ou investimento em CDB. Seu gerente pode ajudá-la a escolher o melhor. Caso o prazo seja ainda maior, há também o Tesouro Direto. Este último é um pouco burocrático, pois exige um cadastro prévio e acompanhamento via internet. Mas vale a pena ter paciência para ganhar um pouco mais de rendimento, né?
Para não dar o passo maior do que a perna, inclua no planejamento, além do valor da entrada, as parcelas mensais de financiamento e as intermediárias. Além disso, leve em consideração que você terá alguns gastos com reforma, mudança e compra dos móveis.
A poupança já não é mais a mesma…
Ela ainda é o investimento preferido dos brasileiros, mas não é o mais indicado hoje, especialmente quando falamos de prazos mais longos (acima de um ano). Ela rende pouco menos de 7% ao ano, enquanto que a inflação avançou quase 10% em 2015. Isso quer dizer que o rendimento da poupança não é suficiente nem pra corrigir a inflação. Sendo assim, prefira os fundos de renda fixa, CDBs e Tesouro Direto.
Cofrinhos diferentes
A gente dever ter três tipos de reserva. Uma para a aposentadoria, que você só deverá mexer quando chegar a hora. Depois, uma grana para um sonho de curto ou médio prazo, como a compra de um carro. E, por fim, devemos ter uma reserva para imprevistos, já que sempre pode acontecer alguma coisa. Elas devem ser separadas para você não cair na tentação de usar, por exemplo, o dinheiro da sua velhice em um carro ou uma viagem.
* Marcela Kawauti é formada em economia pela USP e tem mestrado da FGV. Com mais de dez anos de experiência, é economista-chefe do SPC Brasil e colaboradora do portal de Educação Financeira Meu Bolso Feliz.
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