“Prefiro comprar à vista e costumo pesquisar muito. Sempre peço desconto, mas muitas lojas dizem que não dão ou então a redução chega, no máximo, a 10%. Qual a melhor saída nestes casos: desistir da compra, parcelar o pagamento ou aceitar esse desconto baixo mesmo?”
M.L., por e-mail
Em primeiro lugar, parabéns pela sua atitude cuidadosa em relação ao consumo. Quando se prioriza o pagamento à vista e a pesquisa de preços, o consumidor sai ganhando, pois evita os temidos juros. Com relação ao desconto, não há uma regra que vale para todos os casos. É que a redução considerada vantajosa leva em conta o valor total do que você está comprando e o prazo que seria oferecido no caso de um parcelamento. Por exemplo, desconto à vista não faz muito sentido em compras de valores muito baixos. Também não há argumentos que justifiquem um grande desconto à vista versus um parcelamento em duas vezes. Sendo assim, como decidir se o desconto oferecido vale a pena? O ideal é comparar a redução no preço à vista com o que você poderia receber de rendimento caso deixasse o dinheiro investido (e o tipo de investimento que você iria usar). Mas como nem todo mundo anda com uma calculadora no bolso, é melhor criar uma regra, mesmo que aproximada. Eu diria que um desconto de cerca de 5% para parcelamentos de até 12 meses já começa a valer a pena. Para parcelamentos maiores, vale pedir um desconto maior também. E há uma outra consideração importante: mesmo que você não tenha nenhum desconto para o pagamento à vista, ainda assim pode ser vantajoso evitar o parcelamento. Quando você paga na hora, evita compromissos financeiros de longo prazo e o acúmulo de parcelas.
Dinheiro x cartão
Além de pedir desconto quando o pagamentos é à vista, nós, consumidores, também podemos pechinchar quando formos pagar
em dinheiro vivo. É que quando usamos o cartão (de crédito e de débito também), o lojista paga uma porcentagem daquela compra
para a operadora. Ao pagarmos em dinheiro, ele economiza essa taxa e, portanto, consegue oferecer descontos ao consumidor.
Resumindo: barganhe sempre!
Não tenho dinheiro para pagar na hora…
Se você precisa mesmo comprar, o jeito é parcelar. Mas dá para fazer isso com cuidado para não se endividar muito. Em primeiro lugar, tente dar o maior valor possível de entrada e financie o mínimo para diminuir o pagamento de juros. Ah, não se esqueça de pesquisar as taxas de juros para pegar o melhor empréstimo do mercado.
Marcela Kawauti é formada em economia pela USP e tem mestrado da FGV. Com mais de dez anos de experiência, é economista-chefe do SPC Brasil e colaboradora do portal de Educação Financeira Meu Bolso Feliz.