A taxa básica de juros do Brasil, a Selic, está em seu maior nível desde 2006: 15% ao ano. Mas o que isso significa? Como esse número afeta seu bolso no dia a dia? E como proteger o seu dinheiro da desvalorização?
Vamos por partes: a Selic é a principal ferramenta usada pelo Banco Central para controlar a inflação. Quando os preços dos produtos e serviços estão subindo demais, aumenta-se os juros para desestimular o consumo. Com o crédito mais caro, empresas e pessoas tendem a consumir menos, o que ajuda a conter os preços.
O Brasil enfrenta atualmente uma inflação acima da meta estabelecida para 2025. Além disso, o cenário internacional tem contribuído para o aumento da taxa, com incertezas fiscais e econômicas nos Estados Unidos e pressões geopolíticas. O que fazer, então, nesse cenário?
O que fica mais caro com a Selic em alta?
Com os juros básicos mais altos, diversos produtos financeiros também encarecem:
- Empréstimos e financiamentos: contratar crédito, financiar a casa própria ou um carro novo sai mais caro. Os bancos repassam os juros elevados para os consumidores.
• Cartão de crédito rotativo: uma das modalidades com juros mais altos, fica ainda mais arriscada neste cenário.
• Compras parceladas: ainda que ofereçam “parcelamento sem juros”, o custo embutido pode ser maior do que parece.
• Financiamentos estudantis e de bens duráveis: o custo do crédito sobe, tornando essas opções menos vantajosas.
• Financiamento de empresas: para quem tem negócio próprio, a captação de recursos se torna mais cara e exige mais planejamento. E, claro, isso também é repassado ao consumidor no valor dos serviços e produtos.
O que vale a pena fazer com o dinheiro?
A alta da Selic favorece alguns investimentos, principalmente os de renda fixa, que passam a render mais:
- Tesouro Selic: indicado para quem busca segurança e liquidez, esse título do Tesouro Direto acompanha diretamente a taxa básica de juros.
• CDBs e fundos DI: opções conservadoras que também rendem mais quando a Selic está alta, principalmente os pós-fixados.
• Tesouro IPCA+: protege o poder de compra do seu dinheiro, pois oferece um retorno acima da inflação.
É hora de investir em ações?
Não. A renda variável tende a sofrer mais em períodos de juros altos. Isso acontece porque o custo do dinheiro aumenta para as empresas, o que reduz os lucros e torna os papéis menos atrativos. Além disso, o investidor prefere aplicar em opções mais seguras e rentáveis, como a renda fixa, provocando uma fuga da Bolsa. Isso não significa que se deve abandonar totalmente os investimentos em ações, mas é preciso redobrar a atenção e manter a diversificação da carteira.
A alta da Selic vai continuar?
A expectativa do mercado é de que a Selic permaneça no patamar atual de 15% por mais algum tempo. O Banco Central quer garantir que a inflação retorne para a meta de 3% ao ano, e isso depende da resposta da economia nos próximos meses. Até lá, é importante acompanhar o cenário com atenção, evitar novas dívidas e buscar estratégias de investimento que aproveitem os juros altos com segurança.
Se você tem dinheiro guardado, esta pode ser uma boa hora para fazer a renda fixa trabalhar a seu favor.
A matéria acima foi produzida para a revista AnaMaria Digital (edição 1480, de 1 de agosto de 2025). Se interessou? Baixe agora mesmo seu exemplar da Revista AnaMaria nas bancas digitais: Bancah, Bebanca, Bookplay, Claro Banca, Clube de Revistas, GoRead, Hube, Oi Revistas, Revistarias, Ubook, UOL Leia+, além da Loja Kindle, da Amazon. Estamos também em bancas internacionais, como Magzter e PressReader.
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